Carros elétricos no Brasil: sonho distante ou investimento real?

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Carros elétricos no Brasil: sonho distante ou investimento real?

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A invenção dos carros modernos transformou por completo a vida cotidiana e até mesmo a arquitetura de nossas cidades: substituímos o trabalho de animais de carga e transporte por máquinas autônomas, e construímos ruas asfaltadas e estradas por toda a malha do país. Hoje, a liberdade de simplesmente entrar em seu veículo e transportar as compras do mercado, ir ao trabalho, viajar por quilômetros para a praia nas férias ou até responder em situações de emergência é considerada insubstituível pela maior parte do público, e o Brasil é atualmente um dos países com maior dependência na infraestrutura de veículos terrestres e um dos maiores consumidores de carros do mundo.

Mas essa liberdade é um tanto questionável – os carros tradicionais com motor a combustão, queimando gasolina, diesel ou álcool, oferecem diversos problemas e limitações que estão se tornando cada vez mais presentes. A dependência nos combustíveis fósseis, por exemplo, gera quantidades exorbitantes de poluição que prejudica a saúde e acelera os fenômenos do aquecimento global. Para o consumidor, cria a dependência da proximidade aos postos de combustíveis e suas variações de preço. Além disso, os motores exigem mais cuidados e gastos com manutenção, oferecem menos performance que alternativas elétricas, e exigem componentes extra que aumentam os custos. Se veículos elétricos contornam todos esses problemas, por que ainda não dominaram as ruas do Brasil? Confira se vale a pena comprar um carro elétrico em 2022.

Carro elétrico vale a pena?

Diversas vantagens reais impactam diretamente o uso dos carros elétricos, e são objetivamente excelentes para seus consumidores: a possibilidade de “encher o tanque”, isto é, carregar completamente o veículo durante toda a noite dentro da própria casa, é a que imediatamente vem à mente quando pensamos na categoria elétrica. Mas também vale ressaltar que carros elétricos são muito mais silenciosos, têm vida útil mais longa e com menor desgaste dos componentes do motor, oferecem torque máximo de forma imediata (o que ajuda a evitar acidentes ou atravessar terrenos tortuosos) e uma versatilidade inigualável – em situações de emergência, a possibilidade de carregar o veículo é muito mais garantida do que o suprimento de gasolina, e o carro elétrico pode fazer parte de um kit de sobrevivência digital definido por empresas como a ExpressVPN.

Desse modo, a resposta inicial para a pergunta de “vale a pena?” deveria ser um ressonante “Sim!”, e em muitos países, já é comum observar mais carros elétricos do que modelos tradicionais circulando nas ruas. Empresas como a Tesla, dedicadas inteiramente à criação de carros elétricos, já superam gigantes automobilísticas como Mercedes e Ford em número de vendas anuais, e em países da União Europeia, novas leis desejam acabar por completo com veículos à combustão durante as próximas décadas. Mas não podemos dizer que a categoria vale a pena, no Brasil, sem antes avaliar o cenário dentro do país.

Carros elétricos no Brasil

O cenário da adoção dos carros elétricos no Brasil é motivador, mas cauteloso. Em 2021, cerca de 1% da venda de novos veículos foi representada por modelos elétricos, e existem múltiplas opções de modelos à venda no país. No entanto, o primeiro obstáculo é o preço – o veículo elétrico mais barato no país custa cerca de R$160 mil reais, valor acentuado que dificilmente encaixa nas possibilidades de compra da maioria da população, e por se tratar de um novo segmento, ainda não há oferta de veículos elétricos usados, modalidade de compra favorita do brasileiro no mercado de automóveis.

Outra preocupação recorrente é a ausência de carregadores em vias públicas, já que embora o veículo possa ser recarregado em casa, para trajetos de longa distância como a viagem entre estados, é necessário realizar paradas para recarregar as baterias, e nesses casos, o país ainda oferece um número extremamente baixo de estações de recarga. E esse não é o único problema relacionado ao carregamento, já que para moradores de apartamentos que dependem de garagens compartilhadas, é necessário convencer os moradores a investir em um adaptador de recarga para instalação no condomínio, investimento oneroso que exige a compra de equipamentos e adaptação da rede elétrica.

Apesar das dificuldades, em entrevistas, proprietários de veículos elétricos no país afirmam que jamais voltariam aos modelos tradicionais, e em zonas rurais, a menor necessidade de manutenção e maior liberdade quanto à recarga (aliada aos preços altos de combustíveis) fazem com que os modelos elétricos conquistem ainda mais espaço. Assim, não podemos concluir que carros elétricos valem a pena para todos os consumidores brasileiros graças ao seu custo inicial elevado, mas a tecnologia certamente se tornará o futuro do automobilismo e já começa a conquistar seu espaço no país. Para os interessados, vale a pena começar a explorar os novos modelos que chegam no mercado, orçar os custos para instalar bases carregadoras em casa, e divulgar suas vantagens para o maior número de pessoas, assim, aos poucos, essa nova evolução no transporte poderá transformar nosso cotidiano.

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