As chances de o Brasil ganhar a Copa do Qatar

FIFA/Kurt Schorrer/Divulgação

As chances de o Brasil ganhar a Copa do Qatar

Depois de concluído sorteio para a formação dos grupos para disputarem a Copa do Qatar, em abril deste ano, os debates em torno de quem seria o favorito para sagrar-se campeão passaram a ser constantes. Como se alguém sugerisse, visite o site, faça a sua aposta, aponte o futuro campeão, as discussões foram deflagradas e os palpites começaram a surgir, hora acalorados, apaixonados, hora baseados em estatísticas, portanto mais centrados. Casas de apostas lançaram suas análises pautadas no famoso sistema Elo, equação matemática muito usada no xadrez e chegaram à conclusão de que as nações latino-americanas são aquelas com mais chances de chegarem à disputa final.

O fato é que nem mesmo Arpad Emrick Elo, o físico americano que criou e deu nome ao sistema, imporia sua equação em momento tão crucial dos desportos. Falamos de futebol, um jogo cuja dinâmica pode gerar surpresas, como pode consagrar favoritos eternos, como Brasil, Argentina e Alemanha. Diz o sistema Elo que a seleção brasileira tem 26,35% de se tornar hexacampeã, configurando-se, assim, como a principal favorita. 

Os alemães operaram uma grande reformulação em seu plantel, mas, de forma alguma, deixaram de aparecer entre os mais cotados, muito embora o sistema diga que eles têm apenas 3% de chances. Os italianos sequer estarão na Copa, os tetracampeões ficaram de fora e, caso contrário, figuraram entre os mais cotados. Ingleses, holandeses, belgas, franceses e espanhóis estão também cotados, contudo, seus percentuais estão longe daquele obtido pelos argentinos, que figuram em segundo lugar com 18,41% de chances de, finalmente, se tornarem tricampeões. Mas o que diria o próprio futebol jogado entre as quatro linhas?

As chances do Brasil são reais. A primeira colocada no ranking FIFA, tem um plantel bastante equilibrado, uma coluna dorsal sólida formada a partir do experiente goleiro Alisson, passando por uma zaga de respeito que tem Marquinhos e Thiago Silva, além de Eder Militão em excelente fase. O meio de campo tem Casemiro e Lucas Paquetá, este último em ascendência na Europa, além de Neymar que pode atuar mais à frente ou como grande articulador. No ataque, Raphinha e Vinícius Júnior vêm despontando como possíveis artilheiros da competição. A equipe brasileira conta ainda com alas consagradas, Danilo e Alexsandro. Isso tudo sem contar que os eventuais reservas são jogadores de peso em seus clubes europeus.

O técnico Tite, ao que parece, está disposto a alterar esquemas táticos, quando for o caso. O banco, no Qatar, terá quinze jogadores e a FIFA autorizou cinco substituições, o que permite um trabalho bem mais diversificado, ou seja, as opções estarão disponíveis e a qualquer momento o esquema em campo pode ser alterado. Tite ainda conta com estrelas consagradas como Neymar e Casemiro. No caso do ex-santista, a pergunta que mais se faz, ele reencontra o futebol mágico que o tornou um dos melhores do mundo em todos os tempos. Temos ainda Vinícius Júnior, a cria do ninho do Urubu, vem sendo um dos principais destaques do Real Madrid, além disso, seu futebol ousado e sempre incisivo, faz dele um dos jogadores mais cotados para ser o principal nome do evento.

A Argentina, treinada por Lionel Scaloni, fez uma eliminatória muito boa e se coloca como uma das principais favoritas e, neste momento, a única capaz de derrotar a seleção brasileira. Uma final entre brasileiros e argentinos seria inédita, além de teste para cardíacos, afinal, se temos Neymar e Vini, eles têm Messi, um gênio que quer a todo custo ser campeão mundial. Os franceses sempre vêm fortes, têm um time equilibrado, contam com artilharia do experiente Benzema e um destaque fora da curva, M’Bappe. Os atuais campeões, bateram a Croácia por quatro a dois, na final em 2018, e não podem ser subestimados. Se teremos um tricampeão a história dirá.

 A concorrência é forte, mas os vinte anos que nos separam do nosso último título, em 2002, talvez sirvam como propulsores. Veteranos querem muito o hexacampeonato, querem muito, afinal, são campeões vestindo as cores de sua pátria. Jovens talentosos querem a consagração definitiva. Afirmo, se Neymar entrar para o certame centrado, disposto a desenvolver toda a genialidade que o tornou lenda no Santos, Barcelona e mesmo em seu atual clube, o Paris Saint-Germain, nossas chances se tornam ainda maiores. Se Vinícius Júnior se apresentar como vem se apresentando no Real Madrid, aí o agente multiplicador se torna ainda maior. Mas cuidado com o andor que o santo é barro, não há vitoriosos antes do apito final, é preciso jogar o jogo, com lealdade, dignidade, talento e muita garra.

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