Entre as 20 obras que deveriam ficar prontas a tempo da Copa do Mundo apresentadas nessa segunda-feira pelo governo de Mato Grosso, estão os dois Centros Oficiais de Treinamento e a Arena Pantanal. Durante a coletiva realizada no Centro de Eventos do Pantanal, a Secretaria de Cidades foi anunciada como a sucessora da extinta Secretaria Extraordinária para Copa do Mundo, a Secopa, criada para gerenciar as 56 intervenções realizadas na Baixada Cuiabana. Agora é a pasta quem irá retomar as obras inacabadas.

O Centro Oficial de Treinamento Barra do Pari, em Várzea Grande custou R$ 31 milhões aos cofres públicos e até hoje não está pronto. Iniciado em outubro de 2012, o local teve diversos problemas, como falta de repasse financeiro, greve de funcionários e mudanças de projeto que atrapalharam o andamento das obras. Construído para a Copa do Mundo, o local não pôde ser usado pelas seleções que jogaram em Cuiabá. Seu custo inicial era de R$ 26 milhões. Depois de concluído, deve ser usado pelo Operário em treinos e partidas de futebol. Sua capacidade é para três mil torcedores.

Com as obras mais adiantadas e contratada por R$ 19 milhões, o COT da Universidade Federal de Mato Grosso, chegou a receber seleções no período do Mundial. Na época, a Nigéria e a Coreia do Sul não usaram os vestiários que ainda estavam em obras. A obra começou em dezembro de 2012 e deveria ter ficado pronta em outubro de 2013. Depois da Copa do Mundo, alguns clubes chegaram a treinar no local.

As duas obras estão paradas à espera do término do estudo realizado pelo governo, que recebeu as obras da gestão passado, sob o comando do ex-governador Silval Barbosa.

– Temos que retomar essas obras. O COT da UFMT esta 95% dele pronto, esta bem adiantado, só falta alguns acabamentos na edificação e a entrega da pista de atletismo, que deve acontecer nos próximos meses. Já o da Barra do Pari, onde o cronograma esta muito atrasado, acredito que só no final do ano – disse o secretário de cidades, Eduardo Chiletto ao GloboEsporte.com

O COT da UFMT quando concluído, deve ajudar na preparação dos atletas de Mato Grosso, que hoje não contam com nenhum espaço próprio e oficial para a prática do atletismo. O projeto prevê a construção de uma pista de nível internacional. Segundo o vice- reitor da UFMT, João Carlos de Souza Moura, falta pouco para terminar a obra e há conversas com o governo para acelerar o andamento do centro de treinamento.

– Hoje, o próprio secretário assumiu o compromisso de terminar os COTs. Já conversamos com o estado e com o Ministério dos Esportes no sentido de poder juntos esforços para poder termos a pista internacional. A universidade tem exigido do governo essa pista – disse o vice reitor da UFMT, João Carlos ao GloboEsporte.com.

A Arena Pantanal que custou até aqui R$ 626 milhões sediou durante o Mundial quatro partidas na primeira fase: Chile e Austrália, Rússia e Coreia do Sul, Bósnia e Herzegovina e Nigéria, e Japão e Colômbia. O novo estádio recebeu um público total de 158.717 na Copa, além de outros 22 jogos em 2014.

Palco atualmente do Campeonato Mato-grossense, a Arena chegou a ser fechada dias antes da competição para reparos estruturais e elétricos. Durante os três meses da realização do campeonato, o estádio está aos cuidados da Federação Mato-grossense de Futebol. Após o estadual, volta a ser responsabilidade do governo.

– Fizemos alguns reparos emergenciais antes da estreia do estadual. Mas muitas coisas ainda precisam ser finalizadas pela empresa. Assim que terminar o campeonato, vamos fechar novamente a arena pra retomar as obras e entregar ela pra sociedade com qualidade – afirmou Eduardo Chiletto.

Sobre possíveis reajustes de valores das obras, como foi anunciado pela empresa Mendes Júnior quanto aos reparos na Arena Pantanal, o secretário explicou que aguarda os estudos da Controladoria e da Procuradoria Geral do Estado que estão avaliando essas questões.

– Nos temos que estudar se as obras terão reajustes de valor. A controladoria, junto com a PGE estão vendo todos os contratos pra ver o que efetivamente o estado deve e a empreiteira deve. Fazendo esse encontro de contas, não a problema de retomarmos as obras – disse o secretário de cidades.

Eduardo Chiletto ainda afirmou que as empresas responsáveis pela obras devem ser mantidas, tanto nos COTs como na Arena. O secretário alega que não há motivos para reincidir o contratos, aguardando ainda conversar com seus representantes para concluir cronograma necessidade de reajustes.

Até que as obras sejam totalmente concluídas, as secretarias de Cidades e de Cultura, Esporte e Lazer devem se unir para saber como esses espaços serão usados pela população. O governo deve revitalizar o entorno da Arena Pantanal, que hoje é usado pela população para caminhar, andar de bicicleta, skate e patins.

– Após o fim das obras, o uso dos COTs será administrado pela Secretaria de Esporte e Lazer do estado. Quanto a arena, o governador já solicitou que comece a trabalhar uma melhor forma de ocupação espaço no entorno do estádio, que hoje é usada de forma desordenada – disse Chiletto.