Ambulância quebra e tetraplégico tem que esperar 6 horas por resgate

Redação PH

Redação PH

presos filmam tortura a rival dentro de penitenciária

Ambulância quebra e tetraplégico tem que esperar 6 horas por resgate

Um paciente tetraplégico de Batatais (SP) precisou esperar seis horas na Rodovia Bandeirantes, em Limeira (SP), até a chegada do resgate depois que a ambulância da Prefeitura que o levava para a consulta médica quebrou. Ele foi buscado por um carro de passeio convencional, sem estrutura adequada, por falta de outra viatura para atendê-lo.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que o município tem ambulâncias suficientes, mas que no momento várias estavam em atendimento e duas estavam quebradas.

O caso foi denunciado pelo fisioterapeuta Gabriel Capelozi, que há quatro anos realiza um tratamento de reabilitação com seu paciente, um ex-metalúrgico de 47 anos que ficou tetraplégico após cair de bicicleta e bater a coluna na calçada.

Há seis meses, o paciente ganhou uma cadeira de rodas elétrica especialmente projetada para ele de um centro especializado em reabilitação em Ribeirão Pires (SP), a 397 km. Para buscar a cadeira, seria necessário que ele comparecesse a uma consulta médica, na qual seriam feitos os últimos ajustes conforme sua necessidade.

Como o caso exige um transporte específico, já que o paciente precisa ir deitado em uma maca, Capelozi disse ter solicitado, com um mês de antecedência, uma ambulância para a Secretaria Municipal de Saúde.

Eles saíram de Batatais nesta segunda-feira (23) às 3h, com o intuito de chegar a tempo da consulta, marcada para as 9h. Contudo, com pouco mais de duas horas de viagem, o motor da ambulância apresentou problemas na Rodovia Bandeirantes, em Limeira (SP), e impossibilitou a viagem.

“Imediatamente, o motorista ligou para a central para avisar e pedir que fossem buscar a gente, principalmente para não perdermos a viagem. Depois de uma hora, eles ligaram falando que não tinham outra ambulância e que tentariam o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência]. Depois de um tempo, ligaram novamente dizendo que o Samu não tinha condições e que eles iam mandar um carro”, lembrou Capelozi.

Segundo ele, um veículo de passeio chegou para buscá-los apenas às 12h15 e foi necessário adaptar o carro, abaixando o banco, para que seu paciente pudesse ser levado para casa.

Terceira tentativa

Essa foi a terceira vez que, segundo o fisioterapeuta, ele e seu paciente tentavam buscar a cadeira, uma vez que dependem do agendamento da consulta em Ribeirão Pires e, a partir daí, da disponibilização da ambulância. “A primeira vez não tinha ambulância, a segunda tinha, mas não tinha motorista para ir. Dessa vez, tinha ambulância e motorista, mas ela estava em péssimo estado”, disse Capelozi.

O fisioterapeuta lembrou que, como na próxima semana seu paciente passará por uma cirurgia e precisará de pelo menos dois meses de repouso, ele não poderá viajar. “Serão mais dois meses em que ele ficará sem a cadeira de rodas. Já tinha que ter dado certo há muito tempo. Essa cadeira daria mais autonomia para ele, o que eu considero essencial."

Ambulâncias

Ao G1, o secretário de Saúde de Batatais Ramon de Oliveira afirmou que a ambulância passou por revisão há duas semanas, depois de apresentar problemas no motor, e que o defeito foi resolvido antes de o veículo ser liberado para transporte. Ainda segundo ele, estava na garantia e o problema não poderia ter sido previsto.

Quanto à demora para que outra viatura fosse enviada para buscar o paciente e levá-lo à consulta, Oliveira disse que foi feito o possível para que o atendimento fosse rápido.

“Naquele momento não tínhamos como mandar o Samu, porque eles, assim como outras ambulâncias, se encontravam em ocorrência, e tínhamos duas viaturas quebradas no almoxarifado. O que tínhamos era um veículo maior, que nós mandamos para atender o paciente e não fazer com que ele ficasse na estrada. Era o veículo que havia no momento”, afirmou.

Oliveira alegou ainda desconhecer qualquer pedido de transporte negado ao paciente, assim como reclamações pelo serviço não ter sido realizado. “Todo pedido para transporte na área da saúde é agendado previamente, mas não necessariamente porque foi pedido é cumprido, porque existem prioridades, como urgência e emergência."

+ Acessados

Veja Também