AL discute políticas públicas educacionais voltadas aos autistas

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AL discute políticas públicas educacionais voltadas aos autistas

A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa de Mato Grosso realizou na manhã de hoje (26), no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros, a 1ª Jornada Sobre o Autismo, com a palestra da doutora e mestre em psicanálise, Marta Relvas. Ela falou sobre as Múltiplas Eficiências para uma Educação Inclusiva.

Em sua palestra, a doutora e mestre em psicanálise, Marta Relvas, afirmou que se fala muito sobre as múltiplas eficiências e que a sociedade precisa perceber que as pessoas não têm deficiência, mas sim algumas limitações.

“As limitações nos tornam eficientes. Elas são múltiplas porque aquilo que faço bem, a outra pessoa pode fazer melhor. Não é um fator limitante, mas sim uma possibilidade de novas mudanças que as pessoas possam ter ao longo da vida”, explicou Relvas.

Quando se fala do aprendizado da pessoa autista, de acordo com Relvas, se fala de inclusão não apenas do autista e da família, mas de toda a sociedade. “Não se fala de uma determinada eficiência, mas de todos que estão no processo da inclusão, independente que tenham comprometimentos comportamentais, biológicos, financeiros e sociais. Então a inclusão é para todos”, disse Marta Relvas.

Ela disse que o Brasil já se despertou para o tratamento adequado porque os gestores já estão trabalhando em políticas públicas voltadas aos autistas. Segundo Relvas, o autismo existe e é uma questão de saúde pública.

“Não é um transtorno inventado dentro de uma grave situação. É uma questão de políticas públicas, porque os educadores (professores) estão ávidos para aprender a lidar com essa situação múltipla terapêutica e médica. Não é fazer do autista um processo de política, mas sim políticas educacionais de saúde”, afirmou Relvas.

De acordo o deputado e presidente da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura e Desporto, Thiago Silva (MDB), em todo o país existem mais dois milhões de autistas, e em Mato Grosso o número é bastante relevante. Por isso, a comissão na 19ª Legislatura está pautada na educação inclusiva.

Segundo ele, no início de 2019 foi realizado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) um simpósio para debater o autismo, requerido pelo deputado Wilson Santos (PSDB), e, por meio disso, foi realizada a capacitação e a formação dos educadores mais preparados para atender os alunos autistas.

“O Parlamento está empenhado em criar políticas integradas de estudos para que Mato Grosso seja referência nacional em autismo. Já existe a Lei Federal que garante os direitos dos autistas, mas ainda é muito tímida. É fundamental que o Estado trabalhe com a política educacional inclusiva, mas é preciso fazer a integração com os municípios e a União para a formação (capacitação) dos professores para interagir melhor com os alunos e a família dos autistas”, explicou Silva.

Laudisseia de França Figueiredo, mãe de João Paulo (11), que foi diagnosticado com autismo leve quando tinha nove anos de idade, afirmou o espectro tem certas peculiaridades. Entre as principais dificuldades enfrentadas pela família, segundo ela, é de encontrar o diagnóstico precoce.

“O diagnóstico precoce auxilia na superação de alguns desafios e dificuldades que a família encontra quando a criança tem autismo. A outra dificuldade é na aceitação do outro, na aceitação da diferença e da identidade. Infelizmente existe a Lei Federal nº 12.764/2012 – Lei Berenice Piana, que ainda não foi regulamentada. Por isso é importante que a Assembleia Legislativa encampe esse movimento e seja um instrumento para fomentar políticas públicas voltadas aos autistas”, disse Figueiredo.

A representante da Ong Ação Azul na Região Centro-Oeste, Juliana Forte, disse que seu filho Lorenzo Fortes Bezerra, hoje com oito anos de idade, foi diagnosticado com autismo em 2015, quando tinha quatro anos e oito meses de idade.

Segundo Juliano Fortes, o espectro autista ser leve, moderado ou severo não quer dizer que a pessoa é mais ou menos autista. “Todos eles precisam de apoio. Muitas vezes no grau severo, ele pode ter menos sensibilidade que aquele que tem autismo leve”, explicou Forte.

Forte disse que “uma coisa é você ler sobre o autismo, a outra coisa é você vivenciá experiências sobre isso. Ninguém conhece um filho autista como uma mãe. Meu filho nasceu gritando e pedindo socorro. Sempre indo ao pronto atendimento, até os quatro anos e oito meses, e os médicos me olhando, psicólogo, psiquiatra, pediatra e neurologista olhavam e falavam que era cólica e que a dor iria passar. Ele não conseguia se organizar com as cargas sensoriais”, disse Fortes.

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