Na sessão desta quarta-feira (08), o deputado estadual Ondanir Bortolini (PSD), Nininho cobrou medidas urgentes do Governo do Estado para atender as demandas da saúde, em especial a situação da UTI Neonatal do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis. Após a fala do parlamentar da tribuna, que não se limitou a cobrar uma ação efetiva apenas para Rondonópolis, mas também para todo o Estado, o governador em exercício Carlos Fávaro (PSD), em comum acordo com o governador Pedro Taques, que está em viagem oficial na China, liberaram um aporte emergencial de R$ 50 milhões para a saúde em Mato Grosso. Deste total, R$ 30 milhões foram repassados nesta quarta-feira e outros R$ 20 milhões devem ser repassados até sexta-feira (10.11).
De acordo com a nota emitida pelo Governo do Estado, os recursos devem ser utilizados prioritariamente para o pagamento de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), Atenção Básica nos 141 municípios, hospitais filantrópicos (uma parcela) e Alta Complexidade.
Para o deputado, é inadmissível deixar a saúde chegar a essa situação. “Rondonópolis é um município-polo, responsável pelo atendimento de 19 municípios da região sudeste de Mato Grosso”. Com relação à paralisação da UTI Neonatal, Nininho disse estar constrangido. “Foi uma luta a conquista dos atendimentos e a instalação da UTI neonatal para Rondonópolis. Conseguimos o recurso por meio de valores apreendidos pela justiça, e agora, depois de pouco mais de um ano de inauguração as portas se fecham por falta de repasses, não podemos e não vamos aceitar essa situação”, ressaltou Nininho.
De acordo com o deputado, que faz parte da base do governo, a saúde está mergulhada em caos. “Eu sou parceiro do governo, mas tenho cobrado diariamente uma solução eficaz para a saúde. Pessoas estão morrendo por falta de atendimento e isso, não posso simplesmente assistir”, lamentou o deputado.
Nininho também falou da importância dos hospitais filantrópicos para o Estado, como a Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, a Santa Casa de Cuiabá e outros, dizendo que se as unidades de saúde, que também atendem gratuitamente a população, não forem subsidiadas, o Estado se tornará o caos. “Eu sei que os hospitais filantrópicos são uma destinação diferente dos hospitais regionais. Mas tira esses filantrópicos aí para ver o caos que vai virar a saúde, que já está o caos”, alertou o parlamentar.
Para o parlamentar, a alegação do Governo de falta de dinheiro não procede, ele elencou uma série de recursos extras ao longo da atual gestão.Os valores somados ultrapassam R$ 2 bilhões.“Muitas ações foram feitas, mas eu quero dizer que esse governo também recebeu no início desse governo R$ 400 milhões de FEX que era da gestão anterior, estornou R$ 80 milhões, no primeiro dia que ficou na conta do Estado. E as folhas de pagamento estavam em dia, veio recurso da recuperação de crédito, mais de R$ 600 milhões, recurso da repatriação da dívida, recolheu mais de R$ 500 milhões, recuperou da empresa JBS R$ 378 milhões, recolheu da Votorantim R$ 253 milhões. Isso é dinheiro extra”, comparou.