O Estado Islâmico (EI) divulgou um vídeo nesta terça-feira que supostamente mostra o piloto jordaniano Muaz al-Kasasbeh sendo queimado vivo. O primeiro-tenente de 26 anos foi capturado no fim de dezembro na Síria e tinha sua libertação condicionada à soltura da mulher-bomba Sajida al-Rishawi pela Jordânia.
No vídeo de 22 minutos, Kasasbeh aparece culpando o governo da Jordânia por sua morte, a exemplo dos outros reféns estrangeiros. Ele então é filmado em uma jaula, com rastros de petróleo. O primeiro-tenente é queimado, aos gritos, visto de perto por um esquadrão de fuzileiros.
A autenticidade do vídeo ainda não foi confirmada, mas a Jordânia deve se pronunciar em breve sobre a gravação.
Inicialmente, a Jordânia havia concordado com a libertação de Sajida em troca de Kasasbeh, mas pediu provas de que o piloto ainda estivesse vivo. A organização terrorista, no entanto, não deu qualquer retorno a Amã após o pedido. Funcionários jordanianos ameaçaram então enforcar seus prisioneiros islâmicos caso Kasasbeh fosse morto.
Outros dois reféns, os japoneses Haruna Yukawa e Kenji Goto, foram decapitados pelo grupo nos últimos dias. O premier do país, Shinzo Abe, tentou negociar a libertação dos dois sem sucesso.
Esta foi a primeira execução de reféns internacionais pelo EI a ser feita por imolação. Todas as demais foram realizadas por decapitação. Outros métodos utilizados em execuções de cidadãos iraquianos e sírios envolviam também apedrejamento e lançamento das vítimas a partir de edifícios.
PRIMEIRO REFÉM DA COALIZÃO LIDERADA PELOS EUA
No fim de dezembro, o piloto teve seu avião abatido por um míssil enquanto sobrevoava a cidade síria de Raqqa. Aos 26 anos, o primeiro-tenente foi feito refém, sendo o primeiro caso de incidentes com a coalizão militar liderada pelos EUA contra o grupo extremista.
Originalmente, o EI pediu US$ 200 milhões pelas vidas dos reféns japoneses, mas após matar Yakawa, exigiu a libertação de Sajida em troca das vidas de Kasasbeh e de Goto, e uma eventual libertação deles.
A mulher-bomba, ligada à al-Qaeda, foi condenada e detida na Jordânia por seu envolvimento nos atentados de Amã em 2005. Ela e o marido tinham se organizado para que ambos se explodissem em um hotel — como parte de outros ataques simultâneos —, mas o cinto de explosivos dela falhou.