A falta de leite materno tem prejudicado o atendimento aos bebês prematuros internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Santa Casa, em Rondonópolis. O estoque de leite está praticamente zerado, no refrigerador estão apenas cinco frascos, o equivalente a um litro.

Este estoque só é suficiente para alimentar três bebês com leite materno. A UTI está com 12 prematuros, a lotação plena. Os outros nove estão tomando mamadeira feita com leite em pó. Segundo a Santa Casa, o banco de leite tem cerca de 60 mães doadoras cadastradas, mas apenas 20 doam leite com regularidade.

“O leite materno é algo que tem as características ideais para os bebês, pois tem tudo que eles precisam, os nutrientes e os anticorpos necessários para combater infecções”, explicou a coordenadora do banco de leite, Virginia Beatriz de Resende Silva. Ela reforçou a necessidade de mais mães doarem leite. “O leite em pó pode ajudar a ganhar peso, mas não tem a digestibilidade que o materno tem e não protege as crianças de muitas infecções”, disse.

Há pouco mais de 10 dias Angélica Farias teve um casal de gêmeos na maternidade da Santa Casa. As crianças nasceram prematuras e ainda estão na UTI. “O menino nasceu mais forte e consegue amamentar bem do meu leite. Já a menina é mais fraquinha e não consegue sugar o suficiente. Estou com pouco leite e peço ajuda às mães que puderem doar, pois os bebês estão precisando muito”, apelou a mãe dos gêmeos.

A coordenadora Virginia Silva informou que a partir do segundo semestre deste ano deve aumentar o número de leitos da UTI e isso vai exigir ainda mais solidariedade das mães que estão em fase de lactação. “A previsão é aumentar mais dez leitos. Então, desde já estamos preocupados, pois não estamos conseguindo atender a essa unidade de 12 leitos e como vamos manter 22 crianças?”, comentou a coordenadora.