Visitantes do cemitério municipal localizado na região do Coxipó da Ponte, no Bairro Boa Esperança, em Cuiabá, se assustaram com uma ossada exposta em um jazigo nesta segunda-feira (18). Ossos de partes de um corpo, como a arcada dentária, coluna vertebral e caixa torácica, por exemplo, foram vistas. A Prefeitura de Cuiabá informou que as famílias dos mortos são responsáveis por cuidar dos túmulo e que a família dessa pessoa enterrada lá deverá ser notificada.
O professor Luiz Fernando Borges de Souza, que acompanhava um enterro, disse ter ficado chocado com a situação. “É uma falta de respeito com o morto, com a família e com as pessoas que passam por ali. Tanto pela questão de zelo pelos mortos, quanto pela higiene do lugar”, disse.
O cadáver ficou exposto após o jazigo ter sido destruído. Luiz revelou que era possível reconhecer as partes do corpo. Na avaliação dele, a situação é resultado da ação de algum vândalo. “O túmulo como está não parece ter se deteriorado com o tempo. Parece que alguém o quebrou. E se fosse o caso de alguma exumação, por exemplo, o cadáver inteiro teria sido retirado de lá”, argumentou.
Apesar de o cemitério ser público, a manutenção fica por conta das famílias, segundo Edson Henrique Rodrigues do Amaral, gerente da Central Municipal de Serviço Funerário, ligada à Secretaria de Serviços Urbanos da Prefeitura de Cuiabá.
“Ao enterrar um parente, a família assina um contrato de escritura em relação ao jazigo. Então, toda a manutenção e o cuidado são de responsabilidade dela. A prefeitura não pode mexer porque é uma propriedade da família do morto”, disse.
Conforme o gerente, uma equipe deve comparecer ao local para constatar a situação e notificar os responsáveis pelo túmulo. Nesses casos, a prefeitura entra em contato com os familiares por telefone.
Os casos de depredação não são raros e, mesmo com cercas elétricas, algumas pessoas invadem o cemitério para depredar e até roubar partes de ossadas. “Tem irresponsáveis que acham que por ser público podem danificar o lugar. Já chegaram até a largar o corpo de um bode na frente do cemitério”, contou.
Em jazigo quebrado, ossos ficaram à mostra (Foto: Luiz Fernando Borges de Souza/ Arquivo pessoal)