Os machos da espécie Kalutas, marsupiais nativos do noroeste da Austrália, vivem pouco tempo, isso porque esses pequenos animaizinhos acabam morrendo depois de acasalarem e terem uma intensa maratona sexual.
De acordo com uma reportagem do The New York Times, essa estratégia reprodutiva é rara no reino animal e geralmente acontece com invertebrados. O fato dos Kalutas adotarem essa técnica gerou interesse dos pesquisadores da Universidade da Austrália Ocidental e da Universidade de Queensland.
Os cientistas acompanharam a rotina sexual desses animais. “Descobrimos que os machos só acasalam durante uma estação de reprodução altamente sincronizada e depois todos morrem”, disse Genevieve Hayes, principal autora do estudo.
Os Kalutas atingem a maturidade sexual em apenas 10 meses e têm um período de duas semanas para acasalarem, no início de setembro, quando os recursos em seu ambiente são abundantes o suficiente para apoiar a reprodução.
Durante essas breves e frenéticas temporadas de reprodução, os kalutas machos acasalam-se com várias fêmeas e o ato chega a durar até 14 horas. Por isso, eles morrem de exaustão.
“A causa da morte é, normalmente, úlcera intestinal”, afirmou o professor Christopher Dickmann, da Universidade de Sydney. “O corpo dos bichos sofre colapsos nos órgãos, depois de vazar sangue”, completa ele.
A “vantagem” desse método é que as fêmeas da espécie conseguem armazenar espermatozóides por até duas semanas antes da feritilzação e ter filhotes com parceiros diferentes.
“O fato de as fêmeas poderem armazenar espermatozóides é provavelmente um dos fatores mais importantes que levaram à evolução do óbito masculino”, disse Dickman. “Os homens simplesmente não teriam garantia de ter filhos se acasalassem com uma fêmea durante o período de duas semanas. A única chance de garantir paternidade é acasalar-se com o maior número de fêmeas possível”, finalizou o professor.