Universitária de MT faz ‘vaquinha’ para transplante de medula no PR

Redação PH

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Universitária de MT faz ‘vaquinha’ para transplante de medula no PR

Em tratamento contra leucemia, a universitária Josiane Siqueira, de 34 anos, está promovendo uma campanha pela internet para arrecadar dinheiro e fazer um transplante de medula óssea. Ela faz uma 'vaquinha' digital, tem uma página em uma rede social, ainda está organizando rifas na tentativa de juntar o dinheiro. A meta com a vaquinha é arrecadar R$ 18 mil e ela já conseguiu R$ 1.030,00.

Josiane já arrecadou mais de R$ 1 mil para custear período pós cirurgia (Foto: Reprodução)

O transplante deverá acontecer em Curitiba (PR) e a arrecadação servirá para ela se manter durante o período de recuperação naquele estado.

Josiane, que cursa o 5º semestre de administração na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), é natural de Cianorte (PR). Ela descobriu a doença há dois anos. "Descobri que tinha leucemia em 2013 após alguns exames. Fiz quimioterapia de ataque e de manutenção, o que acabou controlando a doença por um tempo. Depois de ficar um ano e três meses em remissão, a doença voltou", relatou. Ela sofre da chamada 'leucemia mielóide aguda'.

Segundo ela, "os gastos [com estadia] são muito altos e, infelizmente, não tenho condições de arcar com todos os custos". Mato Grosso não conta com nenhum hospital que oferece esse tipo de procedimento.

A consulta aos possíveis doadores é feita no Registro Nacional de Medula Óssea (Redome). O banco de dados brasileiro é um dos maiores do mundo com cerca de 3 milhões de pessoas cadastradas. O país fica atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha, com 7 milhões e 5 milhões de voluntários, respectivamente.

Mesmo com esses números, a vida de quem precisa de uma doação de medula é difícil, pois a chance de encontrar um doador compatível é, em média, de uma em 100 mil segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca).

Josiane explica que precisará permanecer na cidade paranaense por vários meses após o transplante. Além de ficar mais ou menos quarenta dias internada, terá que ficar pelo menos cinco meses recebendo acompanhamento. Nesse período, segundo ela, terá de arcar com a maior parte dos gastos como hospedagem e alimentação para ela e o acompanhante.

"Além dessa questão do custo, terei dificuldades como a impossibilidade de andar de ônibus, uma vez vou fazer uma transfusão irradiada e terei que evitar um pouco o contato com as pessoas", explicou.

A jovem mora com os pais, a filha de 17 anos e uma irmã. Ela se mudou para Mato Grosso por causa de melhores possibilidades de emprego. O curso de administração, iniciado em 2013, deve ser interrompido quando ela for realizar o transplante.

A universitária já realizou exames de sangue e está esperando o resultado para identificar se existe alguém compatível com ela. "Isso não depende muito de mim. Mas mesmo assim acho importante as pessoas se conscientizarem da importância de virarem doadores de medula, pois, quanto maior a quantidade [de pessoas], maior a possibilidade de eu conseguir alguém compatível", revelou.

Campanha no estado

A campanha de Cadastro de Medula Óssea começou na última segunda-feira (13) e deve ir até o dia 23 de outubro no Hemocentro de Cuiabá. O objetivo é aumentar o número de doadores voluntários no estado.

Iniciativa semelhante foi realizada, entre os dias 7 e 8 de outubro, no município de Rondonópolis. Mais de 5 mil pessoas se cadastraram como possíveis doadores.

Segundo a assistente social Heloíse Angélica Amorim Dias, uma das responsáveis pelo Redome em Cuiabá, o estado tem atualmente 41 mil pessoas registradas como doadoras, mas e que esse número deve aumentar. "Após a campanha em Rondonópolis, tivemos mais 7 mil pessoas se cadastrando na cidade. E como tudo foi feito manualmente, ainda estamos atualizando o sistema. Não podemos contar com esse número de 7 mil pessoas porque já encontramos casos de voluntários que já estavam cadastrados no Redome", explicou.

Ela afirma que essas campanhas ajudam a atrair mais voluntários. "Quando existe essa divulgação, as pessoas procuram mais o serviço. Nossos números refletem isso. Elas [campanhas], além de mostrarem como funciona o processo, que não é burocrático, conscientizam sobre a importância de se tornar um doador", apontou.

O procedimento para se tornar um possível doador é simples. O interessado deverá ir ao Hemocentro, preencher um cadastro com informações básicas e uma amostra de sangue será coletada por um enfermeiro. Com a amostra, é possível ter acesso às características genéticas do doador.

O Hemocentro de Cuiabá fica localizado na Rua 13 de junho, nº 1055, no Centro da cidade. Ele fica aberto das 7h às 17h, para doações.

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