Morte de promotor argentino não foi suicídio, diz Cristina Kirchner

Redação PH

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Morte de promotor argentino não foi suicídio, diz Cristina Kirchner

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afirmou nesta quinta-feira (22) que está "convencida" de que a morte do promotor Alberto Nisman "não foi um suicídio", em uma nova carta publicada em seu blog.

Segundo a presidente, foram "plantadas pistas falsas para Nisman" dentro de uma "operação contra o Governo".

"Por que alguém ia se suicidar sendo promotor e gozando ele e sua família de uma excelente qualidade de vida?", assinalou a presidente, que continua sem aparecer em público.

Nisman foi encontrado em sua casa com um tiro na cabeça horas antes de comparecer ao Congresso para dar detalhes sobre a denúncia que tinha apresentado contra a presidente por suposto encobrimento de terroristas.

"Nisman não sabia e provavelmente não soube nunca. A verdadeira operação contra o Governo era a morte do promotor após acusar a presidente, seu chanceler e o secretário-geral de La Cámpora de ser encobridores dos iranianos acusados pelo atentado terrorista da Amia", afirmou Fernández.

O promotor morto, que tinha 51 anos, estava convencido de que o governo havia combinado com o Irã o acobertamento dos iranianos acusados pelo atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994, quando 85 pessoas morreram em Buenos Aires.

O governo acredita que a denúncia de Nisman foi incentivada por agentes dispensados dos serviços de inteligência, que também podem estar implicados na morte do promotor. Alguns funcionários do governo sugeriram que o suicídio por ter sido instigado.

A promotora responsável pelo caso, Viviana Fein, disse não ter descartado nenhuma hipótese até o momento, enquanto perícias continuam a ser feitas para se descobrir a causa da morte de Nisman.

Mistério

O caso comoveu a sociedade argentina, que em sua maioria não acredita em um simples suicídio, assim como toda a classe política, que lançou uma série de acusações diante da realização de eleições presidenciais em outubro.

Restam muitas dúvidas sobre a morte do promotor. As primeiras perícias não encontraram pólvora na mão de Nisman, fazendo com que até o momento não se possa confirmar o suicídio.

Ainda que as autoridades tenham garantido inicialmente que a porta de seu apartamento estava trancada com chave pelo lado de dentro, o chaveiro que abriu a porta disse que ela não estava trancada.

Nas últimas horas foi revelada a existência de uma terceira entrada no apartamento: uma passagem onde se encontram os equipamentos de ar-condicionado com ligação ao apartamento vizinho.

Um funcionário que trabalhou por anos na promotoria de Nisman e pediu para não ser identificado disse à Reuters que entre os membros da equipe do promotor morto “ninguém acredita na hipótese de suicídio”, acrescentando que seus colaboradores acreditam que “possa ter sido um suicídio induzido”.

Os investigadores determinaram que a arma de calibre 22 encontrada no domingo ao lado do corpo de Nisman não pertencia a ele, tendo sido levada no dia anterior por um homem que supostamente trabalhava na promotoria.

Mas o membro da equipe do promotor garantiu nunca ter visto essa pessoa, embora disse que seu nome estava na folha de pagamento da equipe de Nisman.

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