Mato Grosso avança no cumprimento da Lei Maria da Penha e a adesão ao sistema PJE (Processo Judicial Eletrônico), que reduz o tempo de ajuizamento de uma medida protetiva de dias ou meses para horas, é o maior avanço no cumprimento dessa lei, instituída há 12 anos.
Essa é a avaliação dos participantes do evento de lançamento da campanha Agosto Lilás, na sede da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (1º).
A campanha, alusiva ao mês de instituição da Lei n° 11.340/2006, tem uma agenda integrada de ações a serem desenvolvidas em todo o estado.
O PJE é um sistema desenvolvido pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em parceria com os tribunais e a participação da Ordem dos Advogados do Brasil e das Delegacias Especializadas. Para a delegada Jozilethe Magalhães, titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher.
“Mato Grosso sai na frente na agilização das execuções de medidas protetivas. Temos um histórico de demorar para que o juiz tome ciência dessas medidas, isso causa insegurança às vítimas”.
“Com o processamento eletrônico, enviamos todas as medidas expedidas até as 17 horas, no mesmo dia, isso dá segurança e tranquilidade à vítima”, avaliou.
Para ela, “somos 52% da população, uma grande população e não temos a estrutura necessária, então é necessário que ações como essa sejam efetivadas”.
A desembargadora Maria Erotildes ponderou que “a Lei Maria da Penha registrou muitos avanços e está saindo da infância e entrando na adolescência, e como toda adolescente precisa avançar mais”.
“Ainda precisa de uma longa caminhada, especialmente em direção a medidas que resultem na criminalização do agressor”.
Segundo ela, o Brasil tem se modificado para tentar punir os agressores de mulheres.
Outra ação que está em desenvolvimento em nosso estado, segundo Maria Erotildes, é uma varredura nos processos acumulados, uma ação conjunta das instâncias judiciais para ultimar processos de feminicídio e violência doméstica.
Para a desembargadora, “é necessário caminhar em direção a ações conjuntas, não para diminuir, mas para erradicar os casos de feminicídio e violência doméstica”.
Quem veio ao Parlamento hoje e teve acesso ao pavimento onde se localiza o auditório Milton Figueiredo, se deparou com uma performance onde foram retratadas cenas de violência contra a mulher.
“São cenas que nos deparamos todos os dias e que nos lembram que ainda há um longo caminho a ser percorrido na luta contra a violência à mulher”, disse Mariluce Delgado, superintendente estadual de Políticas para Mulheres da Sejudh (Secretaria de Justiça e Direitos Humanos).
Entre os enfrentamentos a serem feitos, ela citou a expansão da rede de atendimento com a abertura de casas de apoio, existente atualmente somente na capital.