Cerca de 150 pessoas participaram da audiência pública em Tangará da Serra, na sexta-feira (11), para a apresentação do relatório preliminar do Ciclo de Formação Humana do ensino fundamental de Mato Grosso.
Requerida pelo deputado estadual Wilson Santos (PSDB), a audiência em Tangará, a segunda do novo giro que o parlamentar faz este ano, a exemplo do que fez ano passado, que discutiu a qualidade da educação no Estado em oito audiências em cidades polos, teve forte participação da comunidade estudantil e de vereadores de toda a região.
O relatório preliminar tem mais de 20 propostas para a manutenção do Ciclo de Formação Humana, porém, com aprendizagem. “O sistema é criticado por mais de 70% dos professores que também apóiam a continuidade do ciclo, mas não da forma como vem sendo conduzido no Estado”, diz o deputado.
principal proposta do documento preliminar é a garantia da aprendizagem nas escolas. Para isso, o documento sugere a volta da retenção ao final de cada um dos três ciclos da chamada escola ciclada.
Em Tangará da Serra, 85% dos professores opinaram pelo retorno da retenção como forma de garantir a aprendizagem nas escolas da rede pública estadual, 12% é terminantemente contra a retenção e 3% não opinaram.
“O ciclo é superior à escola seriada, é atual, moderno, mas tem de ser conquistado”, observa o parlamentar. Conforme o parlamentar, são mais de R$ 2,5 bilhões para a educação este ano. “Sendo assim, qual é a qualidade da educação que ofertamos, que escola temos e que escola queremos?”, observou, argumentando que este foi o desafio em debater o tema ano passado e este ano, no Estado.
A baixa proficiência dos alunos, principalmente em português e matemática, são fatores preocupantes. “A qualidade do ensino público em Mato Grosso é uma tragédia”, diz o deputado.
Segundo ele, 99,63% dos estudantes saem da escola com índice abaixo do nível sete em matemática. É um desafio, passa o aluno sem saber ou volta a retenção?", questiona.
O prefeito de Tangará da Serra, Fabio Junqueira, defendeu a revisão do pacto federativo como forma de garantir recursos aos municípios para trabalhar mais firmemente no setor.
“O gasto com a educação é bancado pela sociedade e nada mais justo do que os recursos serem distribuídos de forma melhor aos municípios, onde está a demanda”, disse.
O vereador Wagner Constantino Guimarães, de Tangará da Serra, falou da necessidade de socializar o relatório preliminar da escola ciclada. “É preciso envolver a sociedade neste debate”. Segundo ele, a família sumiu da escola e isso é preocupante. “Algo precisa ser feito com urgência para salvar a educação mato-grossense”, ponderou.
A estudante Morgana Garcia, da Escola Estadual Deputado Emanuel Pinheiro, de Tangará da Serra, entende que não é justo aprovar alguém que não aprendeu. “Parabenizo o deputado pela discussão e entendo que de fato preciso fazer algo para reverter este quadro e garantir o aprendizado do aluno”, disse.
O deputado Saturnino Masson (PSDB), fez questão de destacar a iniciativa do deputado Wilson Santos. “De fato, a educação voltou à pauta das discussões na Assembleia”, pontuou. A audiência pública em Tangará da Serra reuniu, além de professores, estudantes, gestores, mestres e alunos, vereadores de toda a região.