Veja primeiras impressões do Volvo V40 T3

Redação PH

Redação PH

ford focus rs é eleito carro do ano 2017 e conquista prêmio de melhor motor nos eua

Veja primeiras impressões do Volvo V40 T3

Beleza é um quesito totalmente relativo e subjetivo. E em poucos assuntos a beleza é tão discutível quanto nos carros. Não é difícil que um mesmo veículo seja lindo para um e medonho para outro. Mas há aqueles casos em que é difícil encontrar defeitos no design.
É quando chegamos ao V40. O veículo de entrada na marca não é inédito – está à venda no Brasil há 2 anos. Ele possui linhas que agradam aos olhos, curvas bem definidas e o desenho, em geral, é bem resolvido.
A novidade é que agora ele não apenas pode agradar aos olhos, mas também ao bolso de quem procura um hatch premium de entrada. A Volvo lançou no país novas versões para o V40, entre elas, uma de entrada, chamada de Kinetic.
Volvo V40 T3 2016 (Foto: André Paixão/G1)
O preço, contudo, não é tão convidativo quanto na época do lançamento, em setembro. Os R$ 99.950 da época, se transformaram em R$ 116.950. Mesmo ultrapassando a barreira dos R$ 100 mil, ele ainda apresenta bom custo-benefício, comparado aos rivais.
Sob o capô, o motor T3, um inédito 1.5 de 152 cavalos e 25,5 kgfm de torque. Ele conta com injeção direta e turbo, e já faz parte da família Drive-E – os motores mais modernos da marca.
A transmissão é automática de 6 marchas, com opções de trocas na alavanca. De acordo com a Volvo, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 8,3 segundos.
Como anda?
Ser a versão menos potente da linha poderia sugerir um desempenho fraco para o V40. Porém, não é isso que se observa na prática. O hatch se movimenta com desenvoltura na cidade, mesmo pesando elevados 1.554 kg. Não chega a ser um Usain Bolt, mas ele se garante diante das versões equivalentes dos rivais.
Os 152 cv estão disponíveis a 5 mil rotações por minuto, enquanto o torque de 25,5 kgfm está presente entre 1.700 rpm e 4 mil rpm. A faixa não é das maiores, porém, o aproveitamento é bom. O câmbio, de seis marchas é competente, mas fica abaixo das transmissões da BMW (automática de 8 marchas) e da Audi (dupla embreagem de 7 marchas).
Na média na hora de acelerar, o V40 T3 se sai bem na hora de abastecer – ou de não precisar abastecer. Durante o período de uma semana, o consumo médio foi de 10,3 km/l, com uso majoritariamente urbano. O bom resultado, aliado ao tanque de 62 litros, garante ao V40 uma autonomia de mais de 600 km.
Tecla Eco+ fica posicionada no console central do V40 (Foto: André Paixão/G1)
Ainda assim, se o motorista achar que pode economizar mais, sem problemas. Basta pressionar a tecla Eco+ no console central do modelo. Aí, as respostas do acelerador ficam mais lentas, as marchas são trocadas em regimes que priorizam o consumo de combustível, o ar-condicionado fica menos potente e o sistema start-stop, que desliga o motor em paradas rápidas, é acionado com maior frequência.
O sistema, aliás, tem funcionamento um pouco diferente do de outras montadoras. Quando o carro está desacelerando e chega a 7 km/h, o start-stop já entra em funcionamento, e faz com que o veículo percorra os últimos metros com o motor desligado.
A unidade avaliada era equipada com rodas de 17 polegadas, calçadas com pneus de perfil 50, dos mais baixos. Com isso, a suspensão traseira apresentou ruídos ao passar por irregularidades no pavimento. Isso não resultou em trancos ou incômodo para as costas dos ocupantes, apenas em barulho inconveniente.
Volvo V40 T3 2016 (Foto: André Paixão/G1)
Completo e bem acabado
O pacote de equipamentos, para uma versão de entrada, é bom. A Volvo oferece ar-condicionado digital de duas zonas (com regulagens independentes para motorista e passageiro), rodas de 17 polegadas, bancos de couro, airbags laterais, de cortina e de joelho, para motorista, start-stop, piloto automático, faróis com acendimento automático, luzes diurnas de LED e controles de tração e estabilidade.
O maior deslize está em não oferecer nem câmera de ré, nem sensores de estacionamento. Mesmo não sendo um carro com medidas gigantescas, o perfil de cintura alta, com pequena área envidraçada, prejudica nas manobras.
Outros pontos que merecem destaque são a central multimídia e o console central. A tela de 7 polegadas não é sensível ao toque, além de ser pequena demais. No console, sobram botões. São mais de 30, para qualquer função que você possa imaginar.
A marca deve corrigir isso em uma nova geração. Prova disso é o novo XC90, que tem uma tela grande, sensível ao toque, que praticamente eliminou os botões do console.
Mesmo com estas pequenas falhas, o acabamento merece elogios. Os materiais escolhidos pela Volvo são de ótima qualidade – vale ressaltar, deixam para trás os rivais vindos da Alemanha. Tudo é muito bem encaixado, além do visual ser de bom gosto, sem exageros.
Console central do V40 possui mais de 30 botões (Foto: André Paixão/G1)
Interior do Volvo XC90, com console central praticamente sem botões (Foto: Divulgação)
Rivais alemães
Entre os hatches médios premium, o V40 é o “lanterninha” nas vendas. Com 628 unidades emplacadas em 2015, ele perde para BMW Série 1 (914 unidades), Audi A3 (1.352 unidades) e Mercedes-Benz Classe A (1.607 unidades).
Na hora de fazer as revisões, a coisa também fica feia para a Volvo. O dono de um V40 deve desembolsar R$ 9.594 para fazer revisões do modelo até os 60 mil km. O valor só não é maior do que os R$ 9.706 cobrados pela BMW para a manutenção do Série 1.
A Audi cobra R$ 7.210,96 pela manutenção até os 60 mil km do A3 Sportback, enquanto a Mercedes tem tabela fixa de R$ 2,9 mil até os 30 mil km. A marca afirmou ao G1 que as outras três revisões saem pelo mesmo valor, resultando em R$ 5,8 mil até os 60 mil km.
Porém, se o recorte for a tabela de preços, o jogo muda. O Volvo passa a apresentar o melhor custo-benefício. Pelos R$ 116.950 da versão básica, ele é o que mais oferece itens de série. Em relação ao A3 Sportback, além do motor mais potente (o Audi tem um 1.4 de 122 cv), ele traz bancos de couros e ar-condicionado digital a mais.
Em relação ao Classe A, a disputa é mais equilibrada na lista de equipamentos. Se, por um lado fica devendo sensor de chuva, o Volvo oferece ar-condicionado digital de duas zonas, contra apenas uma do Mercedes.
Emblema com a bandeira da Suécia no Volvo V40 (Foto: André Paixão/G1)
Orgulho sueco
Correndo por fora pela preferência do consumidor premium, a Volvo tenta mostrar no Brasil que pode, sim, ser uma “quarta via” à Mercedes-Benz, BMW e Audi. E a marca faz questão de mostrar o orgulho de suas origens.
Tanto que, na tampa do porta-malas, logo abaixo do nome do veículo, a Volvo colocou uma pequena bandeira da Suécia, com os dizeres “Made by Sweden”, ou “Feito pela Suécia”, em tradução livre do inglês. Vale lembrar que a Volvo passou para as mãos da chinesa Geely em 2010.
No fim, os suecos da Volvo podem se orgulhar do V40. Ele carrega as mesmas qualidades de outros veículos da empresa, como a boa qualidade de acabamento, o nível de segurança exemplar e um desempenho que não desaponta.
O hatch só derrapa não oferecer alguns itens de série e uma central multimídia mais moderna. O elevado custo de manutenção também é um fator que joga contra. Mesmo assim, pelo conjunto, merece a atenção do comprador de hatches médios premium.
Volvo V40 2016 (Foto: André Paixão/G1)
Volvo V40 T3 2016 (Foto: André Paixão/G1)

+ Acessados

Veja Também