Faz cinco dias que as unidades de Terapia Intensiva neonatal e pediátrica do Hospital Santo Antônio, em Sinop, a 503 km de Cuiabá, não recebem mais pacientes por falta de médicos. Só foram mantidos os atendimentos aos que já estavam internados. A unidade de saúde encontra-se sem condições financeiras para retomar as atividades, mesmo com o repasse de R$ 3,6 milhões feito na segunda-feira (23). Os repasses estavam atrasados desde ano passado.

A direção do hospital particular, que também atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS), informou que os repasses referentes aos meses de janeiro, fevereiro e março, que juntos somam R$11 milhões, ainda faltam ser feitos. A assessoria da Secretaria de Saúde do estado alegou que os repasses atrasados devem ser realizados até o mês de abril, quando a auditoria realizada nas contas do hospital tiver sido concluída.

Outro problema é o vencimento do contrato do estado com a instituição, previsto para encerrar no final deste mês. Os membros da diretoria do hospital estão em Cuiabá para uma reunião com o governo em busca de resolver o impasse. O representante do Conselho Administrativo, Claúdio Alves, disse que não se trata de uma briga com o governo e que a intenção é continuar prestando o serviço. "A expectativa é continuar prestando o serviço”, disse.

De acordo com o hospital, o contrato com o SUS termina no próximo dia 30 e, caso o governo não faça um novo contrato, terá que remanejar os pacientes que estão na unidade atualmente.

Dos cinco médicos, apenas um está trabalhando para manter os pacientes que ainda estão na unidade, o que comprometeu o atendimento. Os médicos pediram demissão por causa de atrasos no pagamento de salário.