Universitária de Cuiabá faz campanha na web para ajudar irmão com câncer

Redação PH

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Universitária de Cuiabá faz campanha na web para ajudar irmão com câncer

A estudante Lina Omar começou uma campanha pelas redes sociais para ajudar o irmão, Moborak Motaz, de 10 anos, que é portador de um tipo raro de câncer e precisa encontrar um doador de medula óssea compatível. O jovem, que está em São Paulo para tratar da doença, criou, inclusive, um canal no Youtube para falar sobre a enfermidade. O tipo de câncer que acomete Moborak é chamado de ‘linfoma não-hodgkin’.

Lina e o irmão Morabak antes dele perder o cabelo
(Foto: Lina Omar/ Arquivo pessoal)

O diagnóstico da doença foi dado no ano passado. “Ele ficou doente em fevereiro de 2014 e, após alguns exames, foi diagnosticado com esse tipo raro de câncer chamado de linfoma não-hodgkin”, explicou. Em agosto, do ano passado, parte da família de Cuiabá foi para São Paulo para tratar da doença. Moborak realiza tratamento no Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (Itaci), na capital paulista.

Lina conta que o irmão fez tratamento de quimioterapia, mas que o tratamento não surtiu efeito. “Depois dos médicos concluírem que a quimioterapia não seria suficiente, eles entenderam que um transplante de medula óssea poderia melhorar a condição do meu irmão”, afirma.

Após o teste de compatibilidade de alguns parentes rejeitar a possibilidade de uma doação de medula para o garoto, Lina recebeu, na última sexta-feira (14), a notícia de que a genética dela também não é compatível. “Além de nós, parentes mais próximos, nós recebemos a notícia de que, até agora, ninguém cadastrado no Redome [Registro Nacional de Medula Óssea] é compatível com ele”, contou.

Após a notícia, a universitária começou a campanha na internet para tentar estimular pessoas a doarem sangue e se registrarem como doadores de medula. “Comecei a divulgar e falar para as pessoas no Facebook e WhatsApp para ir ao hemocentro mais próximo e doarem uma amostra de sangue. Se a pessoa não for compatível com o meu irmão, pode ser compatível com outra pessoa e salvar essa vida”, explica.

Lina relata que viaja até a capital paulista a cada seis meses e conversa com a família pela internet. “Sempre nos falamos através das redes sociais, quase que diariamente. Quando meu irmão está um pouco melhor eu dou uma ligada e converso com ele por telefone”, conta. A jovem, com a viagem da família, está morando sozinha em Cuiabá. Ela afirma que não se mudou para São Paulo por causa do curso de jornalismo que está concluindo em uma universidade particular.

Sobre o nome incomum, Lina afirma que boa parte dos familiares não é do Brasil. “Cada um é de um lugar. Eu, por exemplo, nasci na Líbia, país em que meus pais viviam na época. Meu pai e minha mãe são do Sudão e vieram para o Brasil justamente quando eu tinha 10 anos, idade que tem meu irmão agora. Ele é um dos únicos brasileiros, de fato, porque nasceu em São Paulo”, conta.

Outra curiosidade é o lado excêntrico do garoto. “Ele é muito inteligente e abriu, sozinho, um canal no Youtube. Ele já fez dois vídeos e o incrível é que ele mesmo que criou a ideia, roteirizou, gravou e subiu o vídeo”, fala. Em uma postagem em uma rede social ela homenageia o irmão colocando alguns adjetivos como “nerd”, “youtuber” e “gamer”.

Doação

Segundo Heloíse Angélica Amorim Dias, responsável pelo Redome em Cuiabá, o número de pessoas que têm se cadastrado vem aumentando. “Em 10 anos, conseguimos 41 mil pessoas registradas na capital. Somente neste ano nós registramos 1.400 doadores. As pessoas estão se conscientizando”, afirma.

A assistente social explica que o processo para ser doador de medula óssea é simples e rápido. “A pessoa precisa se dirigir ao hemocentro, preencher um cadastro com algumas informações básicas e uma amostra de sangue será retirada por um enfermeiro. Com essa amostra, podemos ter acesso às características genéticas do doador”, explica.

Ela afirma que uma das dificuldades em relação ao número de doadores é o desconhecimento em relação ao processo. “Algumas pessoas, infelizmente, pensam que nós coletamos células da médula espinhal e que elas vão ficar paraplégicas. Somente com as campanhas podemos quebrar esses mitos”, relata.

Heloíse afirma que o Brasil tem o terceiro maior registro do mundo com cerca de 3 milhões de pessoas cadastradas. O país fica somente atrás do Estados Unidos e da Alemanha, com 7 milhões e 5 milhões, respectivamente. Segundo ela, a unidade de Cuiabá deve fazer uma campanha, no final do ano, no município de Nova Mutum, a 269 km da capital.

Pais estão em São Paulo acompanhando o tratamento do menino (Foto: Lina Omar/ Arquivo pessoal)

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