Unidade Demonstrativa testa variedades de feijão no sistema agroecológico

Redação PH

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Unidade Demonstrativa testa variedades de feijão no sistema agroecológico

Com o objetivo de reforçar o cultivo do feijão e, pela primeira vez, no sistema agroecológico na agricultura familiar, 13 variedades de feijoeiro comum são testadas na Unidade Demonstrativa (UD) instalada na propriedade do produtor rural Sadi Britzke. O local fica no Assentamento Caeté, no município de Diamantino (208 km a Médio-Norte de Cuiabá). Esta ação foi implantada pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que está disponibilizando variedades de feijoeiro que melhor se adaptem às condições de cultivo.

A engenheira agrônoma da Empaer, Josivanny Santos, que acompanhou a implantação, explica que a Unidade foi instalada em uma área de 1.600 m² com as variedades de feijoeiro dos grupos carioca, rajado, roxo e preto. Ela afirma que o produtor recebe orientações sobre época de plantio, espaçamento, controle de pragas e doenças. “Foi possível observar as características das cultivares verificando o porte da planta, precocidade e suscetibilidade às doenças”, declara.

De acordo com Josivanny, a Unidade entrou no processo de transição para o cultivo agroecológico deixando de usar adubos químicos e defensivos para utilização de pó de rocha, cama de frango, biofertilizantes, extratos de plantas, urina de vaca, compostagem, adubação verde, e outros. A colheita já começou e, ao final, será feita a pesagem das cultivares para verificar as que tiveram o melhor desempenho produtivo.

Além da implantação da UD, 15 produtores rurais do assentamento estão testando duas variedades de feijoeiro comum, BRS Estilo e BRS Madrepérola, numa área de cinco hectares. Esse projeto é financiado pelo Instituto Votorantim, em parceria com a Empaer, com a finalidade de resgatar o sistema policultivo. Esses produtores adotam práticas agroecológicas e estão fazendo a recuperação das áreas que eram degradadas e de baixa fertilidade. A intenção dos produtores é comercializar o feijão para a merenda escolar do município.

Com um plantel de 10 vacas leiteiras e uma produção de 1.400 litros de leite por mês, cultivo no sistema agroflorestal, produção de mel e mudas de espécies nativas, o produtor Sadi não utiliza produtos químicos. Ele, que possui uma área de 36 hectares, conta que produz nessa propriedade há 17 anos e a UD trouxe informações e técnicas que pretende aplicar plantando um hectare de feijão. “Esse produto é o primeiro prato na mesa do brasileiro. É só plantar que tem mercado certo e garantido”, enfatiza.

O pesquisador da Empaer, Valter Martins de Almeida, ressalta que para difundir a cadeia produtiva do feijão, o trabalho vem sendo realizado em conjunto com a pesquisa, extensão rural e o produtor. A agricultura familiar responde por cerca de 10% da área de produção do feijão em Mato Grosso. Conforme Martins, existe um projeto desenvolvido pela Empaer que está em execução há 30 anos para difusão da cultura do feijoeiro.

Ele destaca que a vantagem do pequeno produtor investir no cultivo deste grão é para consumo próprio, e venda do excedente, incluindo para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

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