Ministério da Saúde vem desenvolvendo ações para que o tratamento contra a tuberculose seja ainda mais efetivo. Uma das novidades é a simplificação dos medicamentos para as crianças. Hoje, no tratamento para menores de 10 anos, são administrados três medicamentos na fase intensiva (rifampicina 75 mg + isoniazida 50 mg + pirazinamida 150 mg), e dois na fase de manutenção (rifampicina 75 mg + isoniazida 50 mg). Nos dois casos, a criança precisa tomar os medicamentos de uma só vez, o que pode causar rejeição ao tratamento.
Para tornar a ingestão dos remédios mais prática e eficaz, o governo anunciou, no último dia 9, que o SUS ofertará uma dose combinada dos remédios de cada fase, que serão reunidos em um único comprimido, solúvel em água. Com a mudança o Brasil fica alinhado a recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidades para a Infância (UNICEF). A expectativa é que a nova apresentação dos remédios esteha disponível no SUS a partir do ano que vem atendendo cerca de 1,5 mil crianças com menos de 10 anos.
Apesar de ser verificada em crianças e adultos, os pequenos têm maiores chances de desenvolver formas graves da tuberculose, segundo o pediatra do Hospital Regional de Taguatinga (DF), Marco Antônio Gonçalves. “É uma doença grave, que incide com muita frequência e nós temos a criança como principal vítima. Elas têm menos defesas, o sistema imune ainda está em construção, então acaba tendo maior prevalência de casos graves, extrapulmonares”, detalhou.
Para ajudar na prevenção, o SUS disponibiliza, de graça, a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), que diminui as formas mais graves da doença, como a meningite tuberculosa. A vacina deve ser dada às crianças recém-nascidas, ou, no máximo, até 4 anos, 11 meses e 29 dias.
Além das crianças, alguns grupos adultos são considerados mais vulneráveis à doença. É o caso de indígenas, pessoas privadas de liberdade ou em situação de rua, além de portadores do vírus HIV. O governo pretende intensificar as ações de diagnóstico para essa população
Estratégia Global
Além de mudar a apresentação da medicação para crianças, o governo prepara outras ações para combater a doença. Nos próximos três anos, o Brasil vai liderar a estratégia de luta global contra a tuberculose em uma organização internacional chamada Stop TB, vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Outra medida é ampliar as pesquisas sobre o assunto – no último mês de julho, o Brasil se comprometeu a investir R$ 16 milhões para financiar estudos sobre tuberculose no BRICs, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.