Testes baseados em células prometem uma trégua para os animais de laboratório

Redação PH

Redação PH

mais de 70% dos trabalhadores não se exercitam regularmente

Testes baseados em células prometem uma trégua para os animais de laboratório

Cientistas americanos revelaram nessa terça-feira, que estão desenvolvendo uma forma muito mais rápida e eficiente de avaliar a toxicidade de produtos químicos, capaz de reduzir a necessidade de testes com animais.

Os cientistas testaram cerca de dez mil tipos de compostos químicos, tais como pesticidas, produtos químicos, produtos industriais, aditivos alimentares e outras drogas, usando células humanas em placas de Petri.

Os resultados foram utilizados para construir modelos capazes de “predizer” se os compostos ou suas combinações poderiam ser prejudiciais para os seres humanos ou para o meio-ambiente, quando usados em novas drogas ou produtos químicos ambientais.

A toxicidade é uma das principais razões pelas quais as novas drogas falham, e é de se esperar que essa biblioteca de dados seja capaz de detectar os compostos químicos fatais na fase inicial da investigação.

“Milhares de produtos químicos, aos quais os seres humanos estão expostos, se apoiam em dados que não são capazes de prever o seu potencial efeito toxicológico de uma maneira eficaz”, escreveram os autores do estudo, em um artigo para a revistaNature Communications.

Os testes de toxicidade, feitos tradicionalmente com animais, são caros e as diferenças entre as espécies nem sempre permitem prever com precisão os efeitos de uma substância química em humanos.

Esses testes também suscitam preocupações éticas sobre o bem-estar dos animais.

O projeto, apelidado de Tox21, é um esforço conjunto que envolve três agências federais dos EUA: a Agência de Proteção Ambiental, o Instituto Nacional de Saúde (NIH) e aFood and Drug Administration(FDA).

“Um objetivo importante do programa americano Tox21 é usar os dados obtidos com a técnicain vitro(Placa de Petri) como substitutos para os dados sobre a toxicidade, obtidos com os testes em animais vivos, e assim reduzir os experimentos em animais", informou o coautor do estudo do Instituto Nacional de Saúde, Ruili Huang, à AFP, pore-mail.

Mas para alcançar esse objetivo, os testes de células devem ser capazes de prever os níveis de toxicidade em humanos, com eficácia igual ou superior a dos testes feitos em animais.

Depois de testar cerca de dez mil compostos, cada um em 15 diferentes concentrações e em diferentes células, a equipe utilizou sua base de dados para construir modelos preditivos para novas combinações de produtos químicos.

Eles descobriram que seus modelos podiam predizer a toxicidade tanto para os humanos como para os animais, e que eles podiam ser “uma alternativa promissora para os estudos de toxicologia tradicionais, feitos com animais.”

Ainda é necessário realizar pesquisas adicionais para validar e melhorar os modelos, os quais, segundo Huang, talvez nunca substituam completamente os experimentos em animais.

Contudo, isso permite que os cientistas limitem a metodologia tradicional apenas aos testes que envolvem produtos químicos potencialmente tóxicos, com isso, “a quantidade de testes que ainda precisam ser feitos em animais reduziria significativamente”, disse ele.

Os defensores dos direitos dos animais aplaudiram a pesquisa.

“Para entender melhor as doenças e o desenvolvimento humanos, os cientistas mais inovadores estão desenvolvendo e utilizando métodos que substituem o uso cruel de animais”, declara Julia Baines, consultora em ciência política da ONGPeople for the Ethical Treatment of Animals(PETA) que busca um tratamento ético para animais, à AFP.

“A PETA se alegra com a riqueza das metodologias avançadas, que não utilizam animais em suas pesquisas, criando assim um futuro muito mais otimista para os animais e para a saúde humana.”

AFP

+ Acessados

Veja Também