SUS oferta antirretrovirais para 455 mil pacientes

Redação PH

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ministério da saúde convoca o cidadão para que no novo ano o combate ao mosquito faça parte da rotina

SUS oferta antirretrovirais para 455 mil pacientes

Desde 1996, o Brasil distribui tratamento antirretroviral para quem vive com HIV. Esses medicamentos ajudam a melhorar a qualidade de vida dos pacientes, além de evitar que o sistema imunológico fique enfraquecido.

De acordo com dados do Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais, em 2015, cerca de 455 mil pessoas usavam os remédios ofertados pelo SUS para tratar a doença.

Uma delas é Maria de Fátima Silva, de 43 anos. Ela contraiu o vírus do marido e só descobriu que estava infectada quando a filha caçula foi diagnosticada como positiva para HIV, com apenas 10 meses de vida. Ambas começaram o tratamento pela rede pública, e, desde então, permanecem sendo atendidas e tratadas no Hospital Dia, no Distrito Federal.

Coquetel

Por existir uma grande quantidade de medicamentos, de diferentes grupos, usados de maneira combinada, a medicação varia de pessoa para pessoa. Um acompanhamento multidisciplinar é essencial para avaliar a resposta ao tratamento, efeitos colaterais e progresso do paciente em relação à adesão ao medicamento.

Maria de Fátima conta que, ao longo dos 14 anos vivendo com HIV e em tratamento pelo SUS, mudou várias vezes de medicação. “Eu passei por vários coquetéis (conjunto de medicamentos indicados ao paciente HIV) para chegar ao de hoje. Estou bem, graças à Deus. Tem seis anos já que eu tomo esse sem trocar”. Mas, antes de se adaptar, as dificuldades eram enormes. “Eu tinha reação. Dava vômito, diarreia e tontura”, lembra.

Entretanto, apesar das dificuldades, não desistiu do tratamento para ver o crescimento da filha e da neta, que nasceu há 25 dias. “Se não houvesse acompanhamento, muita gente já teria morrido. Faz muita diferença, principalmente na minha vida e da minha filha. Agradeço ao SUS que nunca deixou faltar a nossa medicação em 14 anos”, enfatiza.

Além disso, a paciente também destaca o apoio dos profissionais de saúde do Hospital em que faz acompanhamento. “Desde que descobri a sorologia eu me trato aqui no hospital e pelo SUS. Fui muito bem recebida. A medicação, atendimento e acolhimento são muito bons. Nunca quero sair daqui.”

Tratamento

Ter acesso aos medicamentos não é suficiente para ter um tratamento bem sucedido. É preciso que o paciente realize o esquema de maneira correta, nos horários certos e com hábitos de vida saudáveis. Além disso, comparecer ao médico nas consultas agendadas e realizar os exames de rotina também são importantes.

Uma das recomendações é carregar um porta-pílula com a medicação com a dose diária, ou programar um alarme para evitar o esquecimento no horário exato de tomar. Se as recomendações não forem seguidas a risca, há o risco de o vírus ficar resistente aos antirretrovirais.

Maria de Fátima Silva toma a medicação duas vezes ao dia: uma às 9h e outra às 20h, e há dois anos está indetectável. “Antigamente eu ficava internada, e dava muita baixa. Hoje, não. A minha última internação foi há quatro anos. Atualmente, não tenho mais nada, nada”, explica.

Estar indetectável significa que a carga viral de HIV no sangue está tão baixa a ponto de não ser detectada e o risco de transmissão ficar reduzido em até 96%.

Novo medicamento

A partir do ano que vem, o Ministério da Saúde irá incorporar uma nova medicação antirretroviral ao SUS, considerado o mais moderno tratamento da atualidade. O Dolutegravir será entregue a todos os pacientes que estão começando o tratamento e aos que apresentam algum tipo de resistência aos medicamentos antigos.

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