Supertelescópio James Webb flagra gigantesca colisão de asteroides

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Representação artística mostra a colisão de asteroide. — Foto: ROBERTO MOLAR CANDANOSA/JOHNS HOPKINS UNIVERSITY

Supertelescópio James Webb flagra gigantesca colisão de asteroides

Estudo apresentado na 244ª Reunião da Sociedade Astronômica Americana (AAS, na sigla em inglês) com os dados do observatório confirmou que colisão detectada há mais de 20 anos no sistema estelar Beta Pictoris foi provocada por enormes corpos celestes rochosos.

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Uma colisão colossal de asteroides gigantes num sistema estelar vizinho ao nosso, bastante conhecido por sua juventude e intensa atividade.

Foi isso que um estudo apresentado nesta semana na 244ª Reunião da Sociedade Astronômica Americana (AAS, na sigla em inglês) com os dados do supertelescópio espacial James Webb confirmou.

Há alguns anos os astrônomos já suspeitavam que uma grande quantidade de poeira observada em imagens do Telescópio Espacial Spitzer, entre 2004 e 2005, ao redor da estrela Beta Pictoris, poderia indicar uma colisão do tipo.

Mas foi somente agora, quando novas imagens foram disponibilizadas pelo Webb em 2023, que esse evento pôde ser confirmado com precisão.

“Beta Pictoris está em uma idade em que a formação de planetas na sua zona de planetas terrestres ainda está em curso através de colisões de asteroides gigantes, então o que poderíamos estar vendo aqui é basicamente como planetas rochosos e outros corpos estão se formando em tempo real,” disse em um comunicado Christine Chen, uma astrônoma da Universidade Johns Hopkins que liderou a pesquisa.

A descoberta só foi possível porque a análise de dados do observatório mostrou uma diminuição significativa na quantidade de poeira espacial ao redor da estrela, localizada a apenas 63 anos-luz de distância de nós.

Com isso, os pesquisadores puderam confirmar que a colisão de asteroides ocorreu cerca de 20 anos atrás.

E foi gigantesca: pulverizando grandes corpos celestes em partículas de poeira fina, um evento raro e importante para entender a evolução dos sistemas planetários.

“A questão que queremos entender é se todo este processo de formação de planetas terrestres e gigantes é comum ou raro. E outra ainda mais básica: será que sistemas planetários como o sistema solar são tão raros?”, acrescentou a coautora do estudo, Kadin Worthen, estudante de doutorado em astrofísica na Johns Hopkins.

Beta Pictoris é conhecida por ser um laboratório natural de formação planetária, pois está em uma fase crucial onde planetas rochosos ainda estão se formando através de colisões entre asteroides.

Por isso, a observação direta de uma colisão como essa oferece aos cientistas uma visão sem precedentes dos processos primordiais que moldam sistemas estelares jovens, algo fundamental para entender como nosso próprio sistema solar e outros sistemas planetários se desenvolveram ao longo do tempo cósmico.

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