Simpósio discute tratamento de distúrbios da coagulação sanguínea

Redação PH

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Simpósio discute tratamento de distúrbios da coagulação sanguínea

Os aspectos clínicos, diagnósticos da hemofilia,linhas de cuidados, e programas assistenciais para os pacientes, são temas que são debatidos no Primeiro Simpósio de Coagulopatias Hereditárias, que começou nesta terça-feira (05.12), em Cuiabá e continuará até esta quarta-feira (06), no Auditório Milton Figueiredo da Assembleia Legislativa. O simpósio é uma realização do MT Hemocentro da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

"O evento é voltado para profissionais de unidades de hematologia, acadêmicos e população em geral. Os objetivos são ampliar e atualizar o conhecimento técnico e popularizar o assunto de forma a facilitar a identificação do diagnóstico precoce da doença, principalmente pelas famílias", destacou a diretora geral do MT Hemocentro, Silvana Salomão.

O MT Hemocentro tem cadastrados 400 pacientes com hemofilia (tipos A, B, Doença de Von Willebrand e outras) e que recebem tratamento permanente 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em todo o país existem mais de 20 mil pessoas com a doença (dados de 2015). Todos esses pacientes são acompanhados por meio do Programa Nacional de Imunotolerância executado por unidades de hematologia públicas municipais e estaduais.

"Um protocolo do Ministério da Saúde, publicado em 2015, define como critério de inclusão no tratamento da doença, pessoas com menos de três anos de idade (fase considerável preventiva) e aquelas que já apresentaram uma hemartrose ou sangramento clinicamente significativo", informou o hematologista da equipe do Hemocentro da Unicamp São Paulo, Samuel Medina.

As coagulopatias hereditárias sãodistúrbios da coagulação sanguínea. Doenças relacionadas à coagulação do sangue incluem: Hemofilias; Púrpuras; Coagulação intravascular disseminada; Trombofilias; Doença de Von Willebrand; Distúrbios plaquetários, entre outros.

“O diagnóstico precoce é importantíssimo para que o paciente tenha uma qualidade de vida melhor e seja integrado à sociedade, além de reduzir custos econômicos e sociais associados às sequelas físicas e psicológicas”, destacou Medina.

O MT Hemocentro é referência estadual no atendimento aos pacientes com hemofilia e doença de Von Willebrand, realizando serviços de diagnóstico; exames regulares; assistência farmacêutica com o fornecimento de medicamentos comprados pelo Ministério da Saúde; acompanhamento feito por equipe multiprofissional, além de realizar capacitação continuada aos profissionais da área.

Entre os palestrantes do simpósio está a hematologista e presidente da Associação de Hemofilia e doença de Von Willebrand do Estado de Mato Grosso, Sylvia Tomas, que tem um filho com hemofilia. Há 26 anos ela se dedica ao tema. No Estado existem 250 pessoas associadas. “A associação foi criada a partir da necessidade do meu filho e de outras pessoas com a mesma doença, de terem acesso ao tratamento cada vez melhor. A doença, se não for tratada, evolui para um tipo de artrite e pode deixar a pessoa numa cadeira de rodas, sem poder andar. E o medicamento que o paciente precisa tomar regularmente não é encontrado em farmácia e custa muito caro”, esclarece a presidente da Associação.

Na década de 80 o único tratamento para a hemofilia era feito por meio de transfusão. Cada paciente recebia até quatro litros de sangue. Um tratamento considerado ineficaz e não seguro. Até o ano 2000 utilizava-se o crioprecipitado (que é a fração do plasma insolúvel em frio, preparado a partir do descongelamento de uma unidade de plasma fresco congelado) sendo que após o ano 2000 essa técnica foi proibida por representar risco de contaminação ao paciente.

Desde então, o tratamento passou a ser feito por meio de reposição de concentrado de fator plasmático (plasma) considerado mais seguro e mais eficiente. Outras formas complementares de tratamento são a fisioterapia, exercícios físicos, controle odontológico e medicamentos.

“As novas técnicas evitam danos ao paciente, previne sangramento e a artropatia hemofílica [destruição progressiva das articulações, geralmente muito rápida, que se desenvolve porque as pessoas não podem sentir a dor e, portanto, não estão cientes dos sinais precoces de lesões articulares]. O novo tratamento contribui para preservar o funcionamento músculo-esquelético do paciente”, ressaltou Samuel Medina, da Unicamp.

Mais informações sobre tratamento podem ser obtidas no MT Hemocentro,Rua 13 de Junho, 1055 – Centro Sul, Cuiabá, que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h horas às 17h30, telefone (65) 3623 0044.

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