SES trabalha na criação de um Programa de Saúde Mental no Estado

Redação PH

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SES trabalha na criação de um Programa de Saúde Mental no Estado

Assim como os hospitais regionais, que passam por um processo de retomada de gestão, o Hospital Adauto Botelho, em Cuiabá, recebe uma atenção especial dos atuais gestores da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Em conversa com jornalistas nesta terça-feira (19.12), o secretário de Estado de Saúde, Luiz Soares, disse que a área de saúde mental é uma de suas prioridades.

“Resolver os problemas do hospital, não é um compromisso somente da equipe da SES, mas é um problema pessoal, meu”, destacou, ao falar sobre o Hospital Adauto Botelho. Ele disse que no próximo ano está previsto uma ampla reforma na antiga estrutura, a ampliação do espaço físico, e a principal meta é a reativação do Pronto Atendimento, que foi fechado no governo passado.

Soares afirmou que é inaceitável e desumana a situação de desespero de famílias quando, por exemplo, um familiar entra em surto, seja por uso e abuso de drogas, ou por algum transtorno mental. “O que é feito hoje, é desumano, pois se chama a Polícia Militar para conter essa pessoa, depois a PM chama o SAMU para acolher e levar para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que não tem preparo técnico nem tecnológico para lidar com esse tipo de situação, e muito menos é caso de polícia. Então, ao invés do SAMU levar para uma UPA, traz ao PA que vai estar dotado de condições técnicas para acolher e ver o que fazer com aquela situação, se rebaixa e devolve para casa, encaminha para um ambulatório ou se interna”, disse Luiz Soares.

A conversa de Soares com os jornalistas foi momentos antes do início do encontro no qual a SES apresentou o balanço de gestão 2017. O encontro reuniu no Hotel Fazenda Mato Grosso, servidores da Secretaria de Estado da Saúde, dentro os quais secretários adjuntos, diretores, superintendentes, gerentes, e assessores especiais.

Soares anunciou, ainda, a criação de um Programa Estadual de Saúde Mental, que está sendo estruturado para ser implantado primeiramente nas três maiores cidades de Mato Gross, Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis. Ele enfatizou que uma das demandas sobre o Hospital Adauto Botelho é entrar em acordo com o Poder Judiciário a respeito do perfil de pessoas que são encaminhadas para lá. “O Adauto não pode ser um depositário para fugir da cadeia. Tem traficantes, bandidos, que conseguem liminares para virem se esconder dentro do hospital. O local é para quem precisa, para quem tem transtorno, para quem vive em sofrimento, e também de alguma maneira para atender o usuário, que por alguma razão, lá no fundo, vai encontrar alguma dificuldade de saúde mental”, afirmou.

Filantrópicos

Sobre os hospitais filantrópicos, Luiz Soares procurou deixar claro o compromisso do governo do Estado com as entidades. “O estado de Mato Grosso nunca teve, não tem e nunca terá contrato direto com entidades filantrópicas. Não é obrigação de a Secretaria prestar assistência e ter uma política para a filantropia. Quem tem relação com esses hospitais, que são cinco no Estado, são os municípios. Então a relação contratual não é com o Estado”, afirmou.

Os hospitais filantrópicos, que são quatro em Cuiabá (Hospital do Câncer, Hospital Geral Universitário (HGU), Santa Casa da Misericórdia e Hospital Santa Helena) e um em Rondonópolis (Santa Casa de Rondonópolis), contam com uma política e um dever de solidariedade do governo em apoiar os municípios na media e alta complexidade, que também é direcionada para hospitais públicos, como o Metropolitano de Várzea Grande.

“Para outros municípios, tem um apoio financeiro na Atenção Básica, no Programa de Apoio ao Desenvolvimento e Implementação dos Consórcios Intermunicipais deSaúde (PAICI), e também na rede de assistência farmacêutica básica. Essas são as ações que o Estado apoia. Obrigação de verdade é tocar onze hospitais regionais e o Ciaps Adauto Botelho”, ressaltou o secretário.

Hospitais Regionais

Luiz afirmou que o modelo de gerenciamento dos hospitais é definido caso a caso, pois são vários modelos de administração, como consórcios intermunicipais, organizações sociais (OSS), e também a possibilidade da administração direta, como no caso do Adauto Botelho, mas todos sob o controle e avaliação da gestão pública. “Existem OSS sérias no Brasil. O certo é que nós não vamos conseguir ter um único modelo gerencial, dadas as diferenças regionais que o Estado tem na sua dimensão geográfica continental, dificuldades, às vezes de ter mão de obra especializada disponível no mercado de trabalho local, mas a gestão é pública”. O secretário afirmou que a Secretaria trabalhamassivamente para definir o modelo gerencial de cada um dos hospitais.

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