Seminário internacional debate racionalização de normas no setor agropecuário

Guilherme Martimon/Mapa Seminário internacional Análise do Impacto Regulatório.

Seminário internacional debate racionalização de normas no setor agropecuário

A criação de normas que atendam a sociedade e o setor agropecuário com a racionalização no funcionamento delas, determinada pela ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), foi o tema do seminário internacional Análise do Impacto Regulatório, realizado na sede do Ministério nesta terça-feira (28).

“A regulação e os normativos devem criar um bom ambiente para produção e gerar benefícios sociais”, explica a diretora do Departamento de Suporte e Normas da Secretaria de Defesa Agropecuária, Judi da Nóbrega. As confederações da Agricultura e da Indústria, CNA e CNI, respectivamente, estão cooperando neste trabalho.

Entre os participantes do seminário estão a Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Abraleite, Abrafrigo, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Abimel, VivaLácteos.

Judi Nóbrega explicou que foi desenvolvido um plano de trabalho com duas metas principais: a adoção de boas práticas regulatórias e a análise do impacto da regulação, com a gestão do estoque de normas existentes. A partir disso, o Ministério poderá decidir se existe a necessidade de regulação, avaliando se os atos estão ultrapassados, divergentes ou duplicados, adequando-os ao setor produtivo.

Uma consultoria feita em 2017 identificou que existem cerca de 60 mil normas de defesa sanitária no Brasil. A redução desse estoque deve durar pelo menos dois anos.

O secretário interino de Defesa Agropecuária, Fernando Mendes, lembrou que será preciso utilizar a figura da “guilhotina regulatória”, para modernizar o trabalho do setor público e do privado. “Nossos maiores importadores de alimentos como a China, Estados Unidos, União Europeia entre outros, estão observando atentamente nossos movimentos e nossas práticas regulatórias. São cerca de 50 países que consomem nossos produtos e são impactados direta ou indiretamente pelos regulamentos que aqui produzimos”, explicou Mendes. Na avaliação do subsecretário, é preciso normas de qualidade e transparência, aliados ao diálogo permanente com os produtores e a sociedade.

Para o diretor de Estudos e Prospecção do Mapa, Luís Rangel, a expectativa é fazer um nivelamento do que existe hoje de informação e referência sobre o tema Análise de Impactos Regulatórios. “Não pretendemos ser superficiais. Queremos respostas chaves para poder induzir uma construção regulatória eficiente, com a parceria entre as duas secretarias, e, principalmente, identificar referências nacionais ou internacionais que possam colaborar conosco e nos posicionar frente ao estado da arte neste assunto”, explica o diretor.

Algumas temáticas já estão sendo mapeadas para o início dos trabalhos de análise de impacto regulatório, como: leite, cacau, café, banana e camarão. “São assuntos que estão em desequilíbrio sob a ótica de percepção de risco”, salienta Rangel.

A diretora da secretaria executiva do Ministério da Economia, Kélvia Albuquerque, informou que são criadas no país cerca de 774 normas por dia útil, o que exige a melhoria na regulação.

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