Semana do Meio Ambiente com palestras sobre Restauração de Ecossistemas teve mais de mil participantes

Webinar Semana do Meio Ambiente - Foto por: Reprodução

Semana do Meio Ambiente com palestras sobre Restauração de Ecossistemas teve mais de mil participantes

Mais de mil pessoas participaram da Semana do Meio Ambiente, que foi realizada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) entre os dias 31 de maio a 04 de junho. O evento, que teve como tema central a Restauração de Ecossistemas, contou com a participação de diferentes públicos.

O tema foi alinhado com a década da restauração de ecossistemas, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), no período de 2021 a 2030. A programação também traz uma homenagem às vítimas que perderam a vida na pandemia de Covid-19. Um plantio de mudas será realizado no fim do ano e os municípios interessados podem se inscrever para participar da iniciativa.

A programação da semana do Meio Ambiente foi toda virtual, com transmissão ao vivo pelo canal do Youtube da Sema-MT. Os vídeos de todas as palestras realizadas nos cinco dias do evento estão disponibilizados na plataforma.

MEIO AMBIENTE E PANDEMIA

No primeiro dia, a professora e pesquisadora em Educação Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Michèle Sato, abordou a relação do meio ambiente com a Covid-19. Entre os assuntos debatidos estão origem das variantes e relação da alimentação e agropecuária com a pandemia, danos causados pelo colapso climático e possibilidade de novas pandemias.

A segunda palestra foi a relação entre a saúde e o meio ambiente com Christiane Rocha, doutora em Ciência Animal, com ênfase em Epidemiologia e professora da Universidade Federal de Lavras (UFLA), que explicou como a produção excessiva de lixo, queimadas e degradação do solo prejudicam a saúde dos seres humanos. Uma das abordagens foi a necessidade de tratar a saúde animal e humana de forma única para evitar outras pandemias.

RESTAURAÇÃO DO ECOSSISTEMA

No segundo dia de evento, dois palestrantes debateram a restauração do ecossistema. Ingo Isernhagen, representante da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) expos o Panorama Geral da Atividade de Restauração Ambiental e apresentou projetos de recomposição de reservas legais como sistemas de conservação e produção na região de transição Amazônia/Cerrado.

Já Sebastião Venâncio Martins, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), trouxe reflexões sobre técnicas alternativas para restauração de áreas degradadas, que tem como princípio o uso sustentável dos recursos naturais e a preservação do ecossistema, que são maneiras favoráveis para reestruturação da vida e as suas condições ambientais.

SEMEADURAS

No dia 02 de junho, terceiro dia de evento, as palestras foram focadas na semeadura direta e nas sementes do Território Indígena do Xingu. João Carlos Mendes Pereira fez o contexto histórico do Xingu e a relação com o desmatamento, explicando como a prática afeta o meio ambiente, como consequência para escassez de água, alterações climáticas e ameaça alimentar.

O palestrante falou sobre a criação do projeto “Rede de Sementes do Xingu”, que tem como preceitos a valorização da diversidade e o respeito as realidades de seus participantes. Atualmente, o projeto conta com 568 coletores, 25 grupos e atua em 19 municípios, 14 assentamentos e três terras indígenas para efetuar a restauração de ecossistemas com o uso de sementes variadas.

O outro palestrante foi o engenheiro florestal Guilherme Henrique Pompiano do Carmo, que descreveu o funcionamento da semeadura direta como principal forma para a recomposição da vegetação nativa, também na região do Xingu e Araguaia. Ele explicou o processo chamado “muvuca”, uma mistura de todas as sementes que vai plantar na área, formas de plantio e semeadura.

SISTEMAS AGROFLORESTAIS E ENGENHARIA NATURAL

O quarto dia de webinar trouxe o tema “Restauração de Áreas Degradadas Com Sistemas Agroflorestais na Amazônia Mato-grossense, ministrado por Eduardo Darvin, do Instituto Centro de Vida, que explicou o contexto histórico das regiões que hoje necessitam ser restauradas e o funcionamento dos sistemas agroflorestais, que tem como objetivo a recuperação das funções ecológicas em uma área degradada e a importância do método para a agricultura familiar.

Rita dos Santos Sousa, trouxe conceitos aplicabilidade e funções técnicas da engenharia natural, como a proteção do solo, aumento da rugosidade hidráulica, reforço do solo pelas raízes e redução da velocidade da água.  A pós-doutora em Engenharia Natural falou sobre as funções ambientais, estéticas e socioeconômicas do método e trouxe cases de sucesso de utilização de engenharia natural como forma de restauração.

RECUPERAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE ECOSSSISTEMAS

No dia 04, último dia de evento, o analista ambiental Alexandre Ebert expos um pouco do trabalho realizado na Sema, como as ferramentas utilizadas na detecção e avaliação de áreas degradadas em Unidades de Conservação no estado de Mato Grosso.  Trouxe também definição de áreas naturais protegidas e suas categorias, saúde do parque e a diferença entre recuperação e restauração de ecossistemas.

Encerrando as atividades da Semana do Meio Ambiente, o doutor em ecologia e Pesquisador do Núcleo de Recursos Naturais da Embrapa Cerrado, José Felipe Ribeiro, apresentou A Plataforma WebAmbiente, um sistema de informação interativo que auxilia na tomada de decisões para a adequação ambiental da paisagem rural.

A plataforma contém informações sobre a mitigação de fatores de degradação, estratégias de recomposição, lista de espécies para o estado, município ou biomas e as condições locais, auxiliando os produtores rurais a fazerem as adequações necessárias.

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