De todo o agrotóxico produzido no mundo, o Brasil consome 19%. Enquanto isso, os Estados Unidos aplicam em sua agricultura 17% da produção global. Os demais países do planeta respondem pelos 64% restante. Os dados são da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Ministério da Saúde.
Esses números representaram, em 2011, um montante que ultrapassou os U$ 8,5 bilhões. A cada ano, o volume financeiro aumenta. Em 2010, o montante aplicado na agricultura brasileira movimentou U$ 7,3 bilhões. A pesquisa realizada pela ANVISA e o MS aponta que de 2000 a 2010, o uso de agrotóxico cresceu no mundo 93% e, no Brasil 190%.
No Brasil 130 empresas produzem venenos agrícolas. Elas fabricam 2.400 tipos diferentes de produtos. Para saber o que a população está consumindo, o deputado Mauro Savi (PR) apresentou o projeto de lei 571/2015, determinando a inserção expressa sobre o uso de agrotóxicos nos produtos alimentares comercializados em Mato Grosso.
As informações devem ser inseridas nos rótulos ou nas caixas de produtos alimentares. Essa medida vale tanto para o comércio varejista e atacadista quanto para as indústrias fabricantes e às produtoras.
“O consumo de alimentos com defensivos, por 20 anos, pode provocar inúmeras doenças como: câncer, má-formação congênita”, explicou Savi.
Relatório divulgado nos EUA, recentemente, aponta que a população mundial subestima os produtos que consome. O documento mostra que no Brasil o quadro é preocupante e crítico. “Infelizmente, o país abriga tecnologias e substâncias que já foram banidas em outros países por causarem sérios e irreversíveis danos à saúde” disse Savi.
Segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), 1/3 dos alimentos consumidos no território brasileiro está contaminado por agrotóxicos.
O levantamento ainda chama a atenção aos riscos, para a saúde humana, da exposição aos agrotóxicos por ingestão de alimentos. No Brasil, cerca de oito mil formulações encontram-se licenciadas.
“No Brasil, a vigilância é feita pela ANVISA. Ela busca acompanhar e monitora os resíduos nos alimentos. Mesmo assim, uma simples observação depararmos com grandes deficiências nas rotulagens, tanto dos agrotóxicos quanto nos alimentos disponibilizados aos consumidores. Não há linguagem clara e acessível”, observou Mauro Savi.
