Saúde mental intensifica atendimento para reduzir casos de suicídios em Rondonópolis

OMS alerta para adoção de estratégias de prevenção ao suicídio
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Saúde mental intensifica atendimento para reduzir casos de suicídios em Rondonópolis

A Saúde Mental de Rondonópolis, por meio do Departamento de Ações Programáticas, está intensificando as ações, através de um novo protocolo de atendimento, para reduzir os casos de suicídios na cidade.

O número de pessoas que tiram a própria vida vem crescendo ao longo dos anos na cidade e segundos dados da Saúde, houve um aumento entre 2017, com 14 casos, para 2018, com 19. Além disso, tratar do assunto precisa deixar de ser um tabu e as pessoas que têm pensamentos suicidas precisam buscar tratamento com urgência.

Os relatórios do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) demonstram ainda que o número de tentativas de suicídio também é alto na cidade e se mantiveram estáveis em 2017 e 2018. Em 2017, 138 pessoas foram atendidas pelo Samu após tentarem tirar a própria vida, e em 2018, foram 137.

Os casos de suicídios, ainda conforme dados da Saúde Municipal, vêm ocorrendo com maior frequência entre os homens e com pessoas em idade produtiva. A maior parte dos casos foram com pessoas com idades que variam dos 14 aos 55 anos, um único caso ocorreu com um idoso de 79 anos.

Segundo a gerente do Departamento de Ação Programáticas, a psicóloga Mariúva Valentin, há uma preocupação em ofertar atendimento imediato às pessoas que tentam se suicidar, bem como para aquelas que estão apresentando pensamentos suicidas.

Conforme novo protocolo para atendimento, em casos de tentativas de suicídio, as pessoas são levadas pelo Samu à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e quando estabilizadas são imediatamente encaminhadas para psicólogos e psiquiatras que atendem na Policlínica Central.

Já as pessoas que estejam tendo pensamentos suicidas devem, segundo explica Mariúva, procurar imediatamente uma unidade básica de saúde, de onde serão encaminhadas para tratamento na Policlínica Central. Para casos que envolvem adolescentes, a procura por apoio pode ser feita diretamente no Caps – Infanto-juvenil, localizado na rua João XXIII, 880, Santa Cruz, o contato também pode ser feito pelo telefone (66) 98421-0241. Quando a situação também envolver abuso de álcool e drogas, a pessoa pode procurar diretamente o Caps – Álcool e Drogas, localizado na rua Bochina, s/n, Jardim Belo Horizonte, ou ainda ligar para o telefone (66) 99205-4115.

Mariúva destaca que o suicídio geralmente ocorre, de acordo com estudos científicos, em função de uma culpa profunda carregada pela pessoa, como uma forma de autopunição. Ela explica ainda que os pensamentos suicidas são silenciosos e que aqueles que pensam em tirar a própria vida dificilmente se expressam sobre isso.

Mas, ressalta a psicóloga, a retração e a tristeza profunda podem servir de alerta de que possa haver algum problema com a pessoa. “Algumas frases repetidas muitas vezes pela pessoa podem servir para chamar a atenção de familiares de que há a necessidade de algum auxílio como: ‘Sou um peso, ‘Não me amo’, ‘Não sou feliz’, ‘Quero sumir’, ‘Nada tem sentido na vida’, ‘Não faço diferença na vida de ninguém’”, relata.

Nestes momentos uma conversa para que a pessoa busque ajuda de um profissional é fundamental. Mariúva alerta que a única forma de tratar o problema é com acompanhamento profissional adequado e, por isso, a rede municipal dispõe de psicólogos e psiquiatras.

Uma informação muito importante é que quando a pessoa estiver sozinha e tiver pensamentos suicidas ela pode contar com o apoio da CVV, ligando para o número 188. O atendimento funciona 24 horas.

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