Salmonela desponta como um dos parasitas mais mortais da África

Redação PH

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Salmonela desponta como um dos parasitas mais mortais da África

Diante de doenças com grande taxa de mortalidade, como a Aids e a malária, programas de saúde na África dão pouca atenção a patógenos para os quais já há cura existente. Um levantamento recente, porém, mostra que a salmonela, uma bactéria normalmente associada apenas à diarreia, é um dos parasitas que mais matam no continente.

Patrocinada pela Fundação Bill e Melinda Gates, a pesquisa estimou o impacto por salmonela na África Subsaariana em mais de 341 mil mortes para um único ano. A região também tem uma incidência considerada alta de febre tifoide, doença provocada por uma das variedades da bactéria, matando 33 mil pessoas por ano ali. Os dados são referentes a 2010, o ano para o qual os pesquisadores conseguiram reunir informações mais precisas.

“A salmonela não tifoidal é em geral associada a diarreia no ocidente, mas na África subsaariana é a principal causa de sepse [infecção generalizada] e intoxicação sanguínea”, afirma John Crump, diretor do Centro Internacional de Saúde da Universidade de Otago (Nova Zelândia), que liderou o trabalho.

Um dos maiores problemas, afirma o cientista, é justamente o da sobreposição de casos de salmonela com malária e HIV, pois a bactéria ataca pacientes que já estão fragilizados. “Salmonela não tifoidal ataca bebês e crianças pequenas, particularmente aqueles com malária e desnutrição, além de adultos com HIV”, diz Crump. “Cerca de 20% daqueles que contraem intoxicação sanguínea por salmonela morrem.”

Apesar de os números de malária estarem diminuindo na África, porém, cientistas acreditam que a incidência de salmonela seja mais persistente. A malária agora tem matado cerca de 550 mil pessoas por ano na região, enquanto salmonela pode já estar se aproximando dos 400 mil. A estimativa divulgada agora, afirma, é conservadora, porque é difícil monitorar a presença da bactéria, devido à quantidade de casos não reportados de sepse.

Os números obtidos pelos pesquisadores estão em um pacote de estudos na revista Clinical Infectious Diseases. O conjunto de artigos inclui trabalhos sobre o surgimentos de variedades de salmonela resistente a antibióticos, sobre a assinatura genética da bactéria e simulações para entender como ela tem se espalhado.

No Brasil, a disseminação da salmonela está sob relativo controle, apesar de ainda existirem alguns surtos.

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