Riscos não afastam caminhoneiros das rodovias

Redação PH

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riscos não afastam caminhoneiros das rodovias

Riscos não afastam caminhoneiros das rodovias

A cada 10 caminhoneiros, três já sofreram algum tipo de acidente nas estradas e rodovias do país. A informação faz parte do levantamento feito pela Rota do Oeste durante o programa “Parada Legal”, realizado em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os riscos enfr?entados, no entanto, não são suficientes para tirar das rodovias do Brasil cerca de 2 milhões de motoristas profissionais, que neste 30 de junho comemoram o Dia do Caminhoneiro.
Em Mato Grosso, a presença desse profissional não passa despercebida. Os caminhoneiros representam 68% dos 70 mil usuários que trafegam diariamente pelas principais rodovias do Estado, BR-163 e BR-364, conforme dados da Concessionária. Quanto à segurança da categoria, outro número se mostra preocupante. Registros do Centro de Controle Operacional (CCO) apontam que 40% dos veículos que se envolvem em acidentes, no trecho sob a concessão da Rota do Oeste, são de carga.
Segundo o gerente de tráfego da Rota do Oeste, Fernando Milléo, vários fatores contribuem para o número de acidentes envolvendo veículos de carga em Mato Grosso. Entre eles estão a quantidade de caminhoneiros trafegando pelas rodovias do Estado e as longas viagens, que terminam refletindo em cansaço dos motoristas. O excesso de peso e velocidade também estão entre as condutas que levam à ocorrência de acidentes.
Profissional do transporte de cargas há 10 anos, Luis Carlos Klesse Benitez, 35, faz parte dessa estatística, mas revela que os riscos existentes nas estradas e rodovias não o assustam o bastante para desistir da vida de caminhoneiro. Ele relata que chegou a se envolver em um acidente no estado de São Paulo ao cochilar no volante e sair da pista. “Eu acordei com o caminhão balançando muito e já estava fora da rodovia. Mas consegui controlar o veículo e voltar para a pista sem me machucar”.
Luis Carlos se apaixonou pelas estradas e rodovias influenciado pelo pai, que também é caminhoneiro. Vê na profissão uma liberdade que a maioria das atividades não oferece. “O que mais gosto é poder viajar pelo Brasil, sempre estar em lugares diferentes, conhecendo outras culturas, outras pessoas. Acostumei com essa vida e nem mesmo a saudade de casa me afasta do caminhão”.
Também há uma década transitando pelas rodovias do Brasil, Sidnei de Melo Alves, 36 anos, sempre quis ser caminhoneiro e conseguiu realizar o sonho. Não tem a menor vontade de trocar de profissão. “Sempre gostei de caminhão e fui tentando tirar a carteira de motorista até que consegui”.
Sidnei conta que também já se envolveu em acidente e, por sorte, nada grave aconteceu. “Estava na saída de Cuiabá e um caminhão tombou na minha frente e veio em direção à carreta que eu dirigia. Mas atingiu somente a traseira e não sofri nada, só o estrago do veículo mesmo. Mas isso não me fez gostar menos da minha vida de caminhoneiro”.
Segurança – Para tentar diminuir o número de acidentes, a Concessionária procura atuar na parte social com a oferta de iniciativas voltadas para esse público. O programa “Parada Legal” tem como foco a saúde dos caminhoneiros. Na última edição, 823 profissionais foram atendidos.
Já o “Rota Segura” aborda a importância da prudência e cuidados nas rodovias. Os dois são realizados em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
As melhorias nas rodovias também refletem em segurança e conforto aos motoristas. “Quando a rodovia está boa, a viagem é menos difícil, com menos problemas e o motorista pode se programar melhor. Isso também é um ganho para a qualidade de vida e, principalmente, para a segurança desses profissionais”, diz Milléo.

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