Risco de infecção hospitalar reduz com serviço de home care

Redação PH

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Risco de infecção hospitalar reduz com serviço de home care

A infecção hospitalar é um dos principais fatores de risco para pacientes hospitalizados. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 14% dos pacientes internados no Brasil são contaminados por bactérias dentro da unidade hospitalar, número acima da média da Europa (10%). A internação domiciliar é uma das medidas para reduzir esse índice por meio da assistência médica em casa.

O serviço de home care ou assistência domiciliar é oferecido por empresas especializadas para equipar a casa e prestar atendimento por meio de profissionais da área da saúde. A internação domiciliar é um procedimento que vem crescendo nos últimos anos por um conjunto de critérios, como humanização do atendimento, redução do risco de infecção e desocupação de leitos em hospitais.

O médico infectologista Luciano Corrêa explica que a internação em casa pode ser uma alternativa mais segura para o paciente. “Ao sair do ambiente hospitalar, reduz a exposição a bactérias resistentes presentes em hospitais, principalmente em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva). A infecção nestas circunstâncias costuma ser mais grave e de difícil tratamento. A recuperação em casa é mais rápida e eficiente”, explica.

A internação domiciliar deve ser solicitada pela equipe médica responsável pelo tratamento. Após esta recomendação, uma equipe da empresa prestadora de serviço é acionada para avaliar o paciente, classificar o tipo de atendimento necessário e prescrever o plano de atenção domiciliar necessário.

A contaminação dos pacientes internados em hospitais acontece mais comumente em pessoas que passam por procedimentos invasivos para a instalação de equipamentos respiratórios, sondas e cateteres. De acordo com o médico Luciano Corrêa, nestes casos se têm uma “porta aberta” para as bactérias mais resistentes. “Em casa, o paciente pode até permanecer com estes instrumentos, mas o organismo tende a ser mais resistente às bactérias que vivem no ambiente domiciliar do que as que estão presentes dentro do hospital”.

Em Cuiabá e Várzea Grande, aQualyCare, empresa prestadora de serviços de saúde móvel e domiciliar, possui atualmente 70 pacientes em atendimento domiciliar, seja por meio de convênio, particular ou do Sistema Único de Saúde (SUS).

Cláudia Manzini, gerente assistencial da empresa, conta que ao voltar para o convívio familiar, o paciente retoma parte da própria rotina, o acolhimento familiar e poder voltar a dormir no próprio quarto contribuem para melhoria no quadro. “A assistência médica domiciliar pode ser recomendada para diferentes casos, tanto para pacientes crônicos que precisam de melhoria na qualidade de vida, quanto para aqueles que estão a caminho da alta domiciliar. Neste último caso há até uma preparação da família para receber e acompanhar esta pessoa mesmo após a alta”.

Disponibilização de leitos- A demanda por leito hospitalar é crescente tanto na rede pública quanto particular e, quando um paciente é encaminhado para o tratamento em casa, uma vaga hospitalar é disponibilizada para outros pacientes. A gerente daQualyCare, Cláudia Manzini explica que os custos de uma internação domiciliar podem ser menores do que os hospitalares, considerando o número de pessoas que podem ser atendidas em período que poderia estar sendo ocupado por único paciente.

“Em alguns casos, manter o paciente no hospital aumenta os riscos para a saúde dele e ainda prejudica outras pessoas que podem ser tratadas naquele leito. Isso, claro, sem falar na pessoalidade que o tratamento em casa possui e que tem influência direta na recuperação”, explica Cláudia.

O médico Luciano Corrêa afirma que o retorno do paciente ao ambiente familiar contribui para o processo de alta e, para a família, ter o membro de volta tem um impacto socioeconômico. “O custo é menor e a possibilidade de estar perto de seu ente e acompanhar o tratamento é melhor para todos”, pontua.

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