Resolução determina audiodescrição em eventos da ALMT

Redação PH

Redação PH

acidente violento arranca frente de moto 1.000 cilindradas

Resolução determina audiodescrição em eventos da ALMT

Foi publicada no Diário Oficial do Estado, que circulou no dia 4 de novembro, a Resolução nº 4.358/2015, que inclui nos eventos especiais realizados na Assembleia Legislativa de Mato Grosso o recurso denominado audiodescrição. Este recurso é capaz de fazer com que as imagens falem às pessoas que têm deficiências visuais por meio da voz do audiodescritor.

Para o autor da resolução, deputado estadual Mauro Savi (PR), o objetivo é oferecer ferramentas para tornar o mundo das imagens acessível àqueles que não as veem.

“Trata-se de um serviço de tecnologia que consiste na identificação e locução de elementos visuais essenciais à compreensão e apreciação das imagens presentes em obras teatrais, cinematográficas, televisivas, literárias, jornalísticas, científicas, artísticas, culturais, entre outros, destinada, principalmente, às pessoas com deficiência visual, com dislexia, analfabetas, ou que não dominem o idioma em que um filme ou programa está sendo exibido”, argumentou o parlamentar na justificativa do projeto.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no Brasil aproximadamente 16,5 milhões de pessoas com deficiência visual total e/ou parcial. E, levando em consideração que a informação, a arte, a cultura etc são vias de inclusão social nas mais diversas vertentes e precisam estar disponíveis a todos, em todas suas formas, a resolução está amparada na Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que determina ao Poder Público a eliminação de barreiras na comunicação às pessoas portadoras de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação.

O recurso, conforme informações do site da audiodescritora Graciela Pozzobon, nada mais é do que a descrição clara e objetiva de todas as informações que compreendemos visualmente e que não estão contidas nos diálogos, como, por exemplo, expressões faciais e corporais que comuniquem algo, informações sobre o ambiente, figurinos, efeitos especiais, mudanças de tempo e espaço, além da leitura de créditos, títulos e qualquer informação escrita na tela.

Dessa forma, a pessoa recebe a informação contida na imagem ao mesmo tempo em que esta aparece, possibilitando que a compreensão integral da obra, com as mesmas informações de alguém que enxerga. As descrições acontecem nos espaços entre os diálogos e nas pausas entre as informações sonoras do filme ou espetáculo, nunca se sobrepondo ao conteúdo sonoro relevante, de forma que a informação audiodescrita se harmoniza com os sons do filme.

“Se já existe esse recurso, por que não trabalhar para desenvolvê-lo aqui na Assembleia e facilitar a vida dos portadores de deficiências visuais, da mesma forma que fazemos com portadores de deficiências auditivas e motoras? São avanços que temos a obrigação de trazer para melhorar cada vez mais a qualidade de vida dessas pessoas”, considerou Mauro Savi.

Aprovada a Resolução, cabe à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa regulamentá-la para que o recurso seja disponibilizado o mais rápido possível.

+ Acessados

Veja Também