Relatório sobre ciclo de formação humana deve ser entregue ao governador

Redação PH

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Relatório sobre ciclo de formação humana deve ser entregue ao governador

O deputado Wilson Santos (PSDB) afirmou hoje (11) que o relatório sobre as oito audiências públicas que discutiram o ciclo de formação humana será entregue ao governador Pedro Taques (PSDB) e à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa no final deste mês (setembro).

O anúncio foi feito na manhã dessa sexta-feira, durante reunião de avaliação do ciclo de formação humana que aconteceu na Assembleia Legislativa. De acordo com o parlamentar, em todos os 141 municípios existem 409 mil estudantes matriculados no ensino fundamental das 748 escolas públicas do estado.

“Vou ser um pitbull. É uma tragédia o que está acontecendo com educação em Mato Grosso. Não dá para acreditar que alunos do nono ano do ensino fundamental não dominem as quatro operações básicas da matemática. Cinqüenta e nove por cento não sabem absolutamente nada. Não sabem ler um enunciado. A coisa é muito séria” disse Santos.

A secretária de Educação de Rondonópolis, Ana Carla Muniz, disse que o município já tem um diagnóstico do ensino ciclado na região. A avaliação foi feita em 2013. Esse documento foi extraído de uma Conferência realizada na cidade e dela foram avaliados os pontos positivos e os frágeis que precisavam avançar à época.

“Esse documento foi entregue durante audiência pública que debateu a escola ciclada em Rondonópolis. O que o Estado precisa é fortalecer a política do ciclo. Esse modelo foi implantado em 2002 no município. É uma modalidade nova em relação ao seriado. Este passou décadas e foi provado que é uma modalidade excludente no Brasil”, afirmou Carla Muniz.

O prefeito de Denise, Pedro Tercy (PSD), se mostrou contrário ao sistema da escola ciclada da forma que está sendo aplicado em Mato Grosso.

“É um problema grave que precisa ser corrigido. Muitos pais não sabem o que isso significa. Eles até devem achar bonito o nome, mas hoje não funciona. Na minha cidade, existem alunos do sétimo ano que não sabem ler. Alunos da oitavo ano que não sabem fazer as quatro operações matemáticas. Isso é básico”, observou Tercy.

Para a presidente do Conselho Municipal de Educação de Cuiabá, professora Regina Lúcia Borges Araújo, é muito difícil analisar se o sistema de educação ciclado é vantajoso ou não para o aluno. Segundo Araújo, é preciso que haja reformulação na formação pedagógicas dos professores pelas faculdades públicas e privadas em Mato Grosso.

“Falar que o ensino ciclado é uma metodologia ou organização diferente, não faz a diferença. O que tem clareza é que há uma política de inclusão, e na política de inclusão todos têm acesso. Não existe em nenhum momento, inclusive na legislação, que as crianças têm que sair da escola fundamental sem saber nada. O que não podemos é retê-lo. Para isso, a escola tem que possuir sala de aula de superação, e professores em outro período para dar sequência aos estudos”, disse Regina Aráujo.

Para o promotor de Justiça da Cidadania com Ênfase na Educação, Henrique S. Neto, é fundamental que o debate sobre os valores da escola ciclada sejam discutidos com a sociedade.

“Quanto mais as discussões sejam apropriadas, o Ministério Público tem subsídios para serem implementados em todo o Estado. Essa questão é importante. É preciso a formatação de políticas públicas educacionais que permitam a assimilação de todo o conteúdo. Para isso, é necessário que o estudante esteja estimulado a permanecer dentro da sala de aula. O estado tem que encontrar uma política pública equilibrada, que conjugue os aspectos positivos tanto aos alunos como aos professores. É um desafio que precisa ser enfrentado”, observou o promotor.

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