Reitores cobram de deputados federais apoio contra os cortes de recursos para educação superior

Reitores cobram de deputados federais apoio contra os cortes de recursos para educação superior

Reitores cobram de deputados federais apoio contra os cortes de recursos para educação superior

Os reitores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Myriam Serra, e do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Willian de Paula, se reuniram na tarde desta segunda-feira (14), com os deputados federais Professora Rosa Neide (PT), Emanuel Pinheiro Neto (PTB) e Valtenir Pereira (MDB) para cobrar apoio contra os cortes de 30% das verbas federais de custeio da educação superior (R$ 5,83 bilhões) anunciados pelo Ministério da Educação, o que pode acarretar paralização das unidades.

De acordo com a reitora da UFMT, contingenciamentos sempre ocorreram, porém “ao final dos anos letivos os recursos previstos no orçamento da Universidade eram repassados pela União”. A diferença, segundo ela, está no corte anunciado pelo MEC sob a batuta do presidente Bolsonaro.

 “Quando olhamos nosso orçamento no sistema de gerenciamento orçamentário verificamos que houve de fato um corte da ordem de R$ 34 milhões. Este recurso não foi contingenciado e sim retirado da UFMT. Portanto, não há nenhuma previsão de pagamento até o final deste ano. Pior que isso, não teremos recursos para funcionar no segundo semestre”, explicou Myrian Serra.

A UFMT atende a 25 mil alunos em 113 cursos de graduação espalhados por 33 cidades mato-grossenses. São 108 cursos presenciais e cinco na modalidade à distância (EaD). Além disso, a universidade mantém 66 programas de mestrado e doutorado que correm o risco de esvaziamento já eu as bolsas pagas aos pós-graduandos também foram cortadas.

“Não podemos aceitar que haja corte nas bolsas e pós-graduação já que dos requisitos para o acesso aos cursos é a declaração de que o estudante não trabalhe, para que receba a bolsa e fique à disposição de fazer pesquisa”, explicou Myrian Serra.

O reitor do IFMT, Willian de Paula, informou que a instituição sofrerá corte de R$ 31,8 milhões para este ano. Semana passada, o Instituto divulgou nota afirmando que precisará reduzir contratos e replanejar suas atividades para conseguir chegar ao fim do ano de portas abertas. “Com o contingenciamento o IFMT também deixará de receber cerca de R$ 8 milhões referentes a emendas parlamentares indicadas para o Instituto, outro prejuízo”, explicou o reitor.

A deputada federal Professora Rosa Neide, que faz parte da Frente pela Valorização das Universidades Federais, na Câmara dos Deputados, avaliou a situação como preocupante e convidou os reitores da UFMT e do IFMT para participarem de audiência na Comissão de Educação da Câmara nesta quarta-feira (15.05), na. Na ocasião, o ministro Weintraub será sabatinado para prestar esclarecimentos.

 “O orçamento das universidades é feito com um ano de antecedência e aprovado pela Câmara, portanto deveria ser cumprido integralmente pelo governo Bolsonaro. Este corte, chamado pelo MEC de contingenciamento, é ilegal. Além disso, não houve qualquer discussão com os reitores das universidades federais para avaliar os reflexos desta medida. Vamos levar as reivindicações de Mato Grosso ao ministro Abraham Weintraub no sentido de reverter esses cortes”, afirmou a parlamentar.

Assembleia Legislativa

O deputado estadual Valdir Barranco (PT), vice-presidente da  Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa de Mato Grosso também participou da reunião. Barranco informou que a Comissão irá ingressar com uma ação civil pública contra os cortes para educação superior.

“Não podemos compactuar com mais esta arbitrariedade do governo federal. Vamos acionar a Justiça Federal para que o governo devolva os recursos dessas Instituições que são fundamentais para o desenvolvimento educacional e científico de Mato Grosso”, concluiu o deputado.

+ Acessados

Veja Também