Programa de prevenção à criminalidade da Secretaria de Estado de Segurança Pública, o Rede Cidadã, recebeu seis novos veículos nesta terça-feira (28), que serão utilizados na visita às famílias de adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Dois carros vão ficar em Cuiabá e os demais para os municípios de Cáceres, Nova Olímpia, Várzea Grande e Rondonópolis.
O secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, o secretário adjunto de Integração Operacional, coronel PM Victor Fortes, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Jonildo Assis, estiveram na unidade central do programa para a entrega dos veículos.
“A Rede Cidadã é o enfrentamento da falência da sociedade. Quando a família falha, quando sociedade falha, quando a religião falha e a escolha falha, sobra para a polícia. Se a gente não abraçar esses jovens, o tráfico e o crime organizado abraçam”, destacou Bustamante.
O programa tem uma história na mudança de vida de muitos jovens nestes quase 15 anos de funcionamento, de adolescentes que poderiam ter ido para o crime, mas que por meio das atividades artísticas e físicas mudaram o caminho.
Em Cuiabá, 417 adolescentes de 12 a 17 anos são atendidos no programa. Outros 151 em Nova Olímpia, 80 em Rondonópolis, 103 em Cáceres e 180 em Várzea Grande. Cada aluno escolhe entre duas atividades sendo uma cultural como aulas de violão ou pintura e esportiva como futebol, futsal, judô e taekowdo.
Os adolescentes são encaminhados pelas unidades escolares, conselhos tutelares, juizado, Ministério Público ou pelos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), ou mesmo pelos pais. “Somente neste ano foram 159 procuras espontâneas, são pais que não estão dando mais conta, com filhos expulsos da escola. Até isso a gente procura ajudar, arrumando escola, encaminhando para tratamento de saúde”, destacou a coordenadora do programa, coronel PM Zózima Dias dos Santos.
Durante as visitas, a equipe técnica encontra com situações de extrema vulnerabilidade e miséria, um adolescente cuidando de vários irmãos menores, mães que trabalham fora e não tem com quem deixar os filhos, falta de alimentos na casa. “Às vezes falta dinheiro para a passagem de ônibus para a criança participar do programa, não tem uma TV para assistir, uma geladeira, as casas de chão batido, ou seja, é uma realidade de muita dificuldade mesmo”, comentou a coordenadora.
A coronel Zózima pediu ao secretário a ampliação do programa em Cuiabá. Bustamante, por sua vez, sugeriu parcerias com projetos como o Siminina, para contemplar mais atividades aos adolescentes do Rede Cidadã.
