Professores da rede estadual participam de formação em Libras

Redação PH

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Professores da rede estadual participam de formação em Libras

Cerca de 50 professores de Salas de Recursos Multifuncional – Atendimento Educacional Especializado (AEE) da rede estadual de educação de Cuiabá, Várzea Grande e do interior do Estado, que atendem alunos surdos inclusos no ensino regular, participam de hoje (02) até a próxima segunda (09) do Curso de Formação Continuada em Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Realizado pela Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc), em parceria com o Ministério da Educação (MEC/FNDE), no Hotel Mato Grosso Palace, em Cuiabá, a formação tem como objetivo subsidiar os profissionais no processo de inclusão dos alunos surdos, da comunicação entre a comunidade escolar e de aprendizagem da segunda língua desses estudantes, a língua portuguesa.

“Os profissionais das Salas de Recursos estão em contato direto com os estudantes surdos. Esse atendimento é diferenciado, pois o aluno não ouvinte utiliza códigos e o professor precisa compreender essa ferramenta para oferecer um ensino de qualidade e, consequentemente, para que o estudante tenha um aprendizado de qualidade. Aqui, eles vão aprender, além de Libras, a como trabalhar a dificuldade desse aluno e a pedagogia para que ele possa aprender”, destacou o coordenador de Diversidade da Seduc, Admilson Mário de Assunção.

O professor ressaltou que, atualmente, a rede estadual de educação atende cerca de 500 alunos surdos em todo o Estado e que esta é a primeira etapa do curso, que prevê ainda mais duas fases (de 23 a 30 de outubro e de 06 a 11 de novembro), com carga horária de 60 horas cada.

As aulas serão ministradas pelo professor, pedagogo e mestre Gilmar Garcia Marcelino, graduado em Licenciatura em Letras Libras na Universidade Federal de Santa Catarina-Florianópolis (2010), com especialização em Métodos e Técnicas de Ensino na Universidade Salgado de Oliveira em Niterói (2007) e mestre em Estudos de Tradução na Universidade Federal de Brasília (2016).

Inclusão

Uma das participantes do evento, Nilcéia Silva Pinto, professora formadora do Centro de Formação e Atualização de Profissionais da Educação Básica (Cefapro) de Alta Floresta, avaliou como positiva a formação e destacou que a realização vem ao encontro da necessidade de capacitação dos profissionais que trabalham com educação especial, especificamente nas salas de recursos.

“Nós sentimos a necessidade de ampliar nossos conhecimentos, principalmente para atender os alunos surdos. Muitas vezes, esse aluno chega à escola e os professores entram em desespero, sem saber como proceder. Acredito que todos sairão do curso empolgados para ofertar o seu melhor aos estudantes”, frisou a educadora, ressaltando a importância de os professores se prepararem antes da chegada desse aluno.

Nilcéia é mãe de um jovem com síndrome de down e espectro autista e sentiu as adversidades do filho quando ele foi para o ensino regular na rede estadual de ensino. “Ele tem bastante dificuldade para desenvolver o processo cognitivo, mas foi de grande valia ter a oportunidade de estar presente na mesma sala que os demais e receber a atenção adequada dos educadores”, relatou.

Presente na abertura do evento, o superintendente da Pessoa com Deficiência da Casa Civil, Marcione Mendes de Pinho, ressaltou o valor da formação dos professores e lembrou que a Língua Brasileira de Sinais é a segunda língua oficial do país. “Se esses estudantes não puderem ser ouvidos pela forma de comunicação deles, como é que serão inclusos na escola, no trabalho, na sociedade em si?”, questionou.

Pinho, que tem filho com deficiência auditiva, lembrou de seus anos de luta, principalmente frente à pasta, para que as políticas públicas para a pessoa com deficiência fossem aplicadas e respeitadas. “É preciso valorizar a língua e as diferentes metodologias, para que a inclusão da pessoa surda aconteça”, finalizou

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