Produtores de MT pedem liberação de veículos com diesel de bloqueio

Redação PH

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Produtores de MT pedem liberação de veículos com diesel de bloqueio

O protesto feito pela categoria dos caminhoneiros em rodovias de Mato Grosso nesta semana que bloqueia caminhões com cargas – exceto aqueles com cargas vivas – tem feito liberações parciais na tarde deste sábado. Na manhã deste sábado, o protesto, que tem como demanda principal a diminuição da alíquota do ICMS sobre o óleo diesel no Estado, teve continuidade na BR-163 em Sorriso, Sinop, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde. O bloqueio também ocorre na BR-364 em Rondonópolis, onde o fluxo foi liberado às 17h e a fila de caminhões alcançou cerca de 8 km, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Atendendo a um pedido dos produtores rurais de Sorriso, o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Sorriso e Região, Wilson Rodrigues, afirmou que o bloqueio deve ser retomado às 8h deste domingo (22), mas que será liberada a passagem de caminhões transportando combustíveis vendidos diretamente a produtores rurais – Transportador Revendedor Retalhista (TRR).

No início da tarde deste sábado, o engenheiro agrônomo Naildo Lopes, contou 18 caminhões com óleo diesel parados no bloqueio de Nova Mutum. Segundo Rodrigues, a liberação será solicitada aos outros pontos de bloqueios no Estado.

A decisão da liberação foi tomada na manhã deste sábado (21), quando representantes do Sindicato Rural dos Produtores Rurais de Sorriso, dos setores de máquinas, insumos e combustíveis do município fizeram uma reunião com representantes dos caminhoneiros para pedir que os caminhões que transportam diesel com entrega direta a produtores rurais sejam liberados dos bloqueios.

Na quinta-feira, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), manifestou-se em nota informando que entende a necessidade das manifestações dos caminhoneiros em Mato Grosso, mas ressalta a importância de tais atos não interferirem no escoamento da safra de soja que está sendo colhida no Estado.

“Precisamos que as propriedades sejam abastecidas com óleo diesel e ter garantido o transporte da soja para os armazéns", diz Ricardo Tomczyk, presidente da Aprosoja.

O presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Laércio Lenz, que participou da reunião, diz que os produtores rurais apoiam o movimento, mas que se o óleo diesel não chegar às propriedades rurais, não será possível dar andamento à colheita, já que é o principal combustível utilizado nas lavouras pelos maquinários.

Segundo seus cálculos, os gastos com o diesel para se cultivar uma lavoura eram de 2% a 3% e hoje este custo com o combustível é de 8% a 10%. “Estamos sentindo o custo do diesel, mas não podemos parar”, diz Lenz.
Ele conta que os produtores somente não sentiram dificuldades com abastecimento de combustíveis em Sorriso ainda por causa da chuva, que tem atrapalhado o avanço da colheita.

No município, a colheita está parada há cerca de cinco dias. Se a colheita estivesse a pleno vapor, ele acredita que os combustíveis estariam próximo de se esgotarem.

“Ainda não nos prejudicou, mas se o bloqueio continuar, pode atrasar o embarque dos grãos nos portos e, ao invés de esperar 10 dias para o embarque, talvez o navio tenha que esperar 15”, analisa.

Nesta sexta-feira (20), o governador de Mato Grosso conversou com representantes da categoria dos caminhoneiros. O governo deve criar uma comissão técnica que avaliará a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o óleo diesel.

Além da diminuição do ICMS sobre o óleo diesel, os organizadores do protesto reivindicam que a tabela usada pela Secretaria de Fazenda (Sefaz) para cálculo de impostos seja usada também para determinar os preços mínimos do frete.

Também estão entre os pedidos a prorrogação das parcelas de empresas e motoristas que financiaram a compra de caminhões pelo BNDES (Finame) e a sanção sem vetos do Projeto de Lei 4246/2012, que altera a Lei 12.619/12 e regulamenta a profissão de motorista profissional. O projeto de lei foi aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada e agora aguarda sanção da presidente Dilma Rousseff.

Segundo a Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC), a redução do valor pago pelo frete entre a safra 2013/14 e a safra 2014/15 foi de aproximadamente 25%.

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