Produção de veículos recua 18% em maio; setor piora projeções para 2016

Redação PH

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Produção de veículos recua 18% em maio; setor piora projeções para 2016

A produção de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus no Brasil recuou 18% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo divulgou a associação das montadoras (Anfavea) nesta segunda-feira (6).
O ritmo de queda obrigou as fabricantes a revisar as projeções para 2016, que agora tem um cenário bem mais amargo. A estimativa de produção era de alta de 0,5% no início do ano, mas agora é de queda de 5,5%, com 2,29 milhões de unidades.
Já os licenciamentos devem cair 19%, para pouco mais de 2 milhões. Nos primeiros meses do ano, a Anfavea estava bem mais otimista, prevendo queda de apenas 7,5% nas vendas em 2016.
Futuro mais previsível
"O país precisa voltar a crescer. Nesse meio tempo, a gente trabalha (junto ao governo) com simplificação, facilitação, por exemplo, no comércio exterior. Não há discussão sobre incentivos, nenhuma previsão", afirmou o presidente da Anfavea, Antonio Megale.
Segundo o executivo, a economia brasileira começa a dar "os primeiros sinais" de previsibilidade. "Acreditamos que no fim do ano comecem os sinais da retomada e que ela seja mais forte no ano que vem", completou.
Produção
No total, 175,3 mil unidades foram montadas no país em maio, o que representa o pior desempenho para o mês desde 2004, afirmou o Megale. O número é 3,2% superior às 169,8 mil registradas em abril. Em maio do ano passado, 213,8 mil veículos saíram das fábricas.
No acumulado de janeiro a maio, o resultado é 24,3% menor do que no mesmo período do ano passado. As montadoras instaladas no Brasil produziram apenas 834 mil unidades nos 5 primeiros meses do ano, contra 1,1 milhão de unidades no mesmo período de 2015.
A vagarosidade nas linhas de montagem acompanha uma queda de 26,6% nas vendas, de janeiro a maio. No mês passado, foram licenciados 167,5 mil veículos novos – uma pequena alta de 2,8% em relação a abril.
Caminhões e ônibus
O segmento de veículos pesados apresenta desempenho pior do que o de carros de passeio, que teve baixa de 24% no acumulado do ano.
No mesmo tipo de comparação, a produção de caminhões encolheu 29,2%, enquanto a de ônibus caiu 38,5%. "Em caminhões, voltamos à década de 90", afirmou Megale.
Empregos
O nível de funcionários das fabricantes está 7,7% menor, com relação a maio de 2015, o que representa um corte de quase 10 mil vagas em 1 ano. Além disso, 27 mil empregados do setor estão com alguma restrição, sendo 6 mil em lay-off e 21 mil no Plano de Proteção ao Emprego (PPE).
Exportações
Se o mercado brasileiro segue encolhendo, as montadoras tentam aproveitar melhores condições nos países vizinhos. A estratégia está se mostrando positiva, com alta de 21,8% nas exportações de janeiro a maio, para 183,3 mil unidades. As vendas para o exterior ainda tiveram as projeções revistas para cima, com expectativa de crescimento de 21,5% neste ano.
Nesta semana, a Anfavea participará junto ao governo de uma reunião para negociar a renovação do acordo automotivo com a Argentina. "O livre comércio seria o ideal, mas o objetivo é pelo menos manter o fluxo (que já existe)", afirmou Megale.

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