Procuradoria prorroga investigação da operação Ararath pela 4ª vez em MT

Redação PH

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Procuradoria prorroga investigação da operação Ararath pela 4ª vez em MT

Após provocarem o bloqueio de R$ 93 milhões e com cinco processos criminais em tramitação na Justiça Federal, as investigações do Ministério Público Federal (MPF) sobre o suposto esquema alvo da operação Ararath ainda deverão se estender pelo menos até maio. A perspectiva se deve à portaria de prorrogação dos trabalhos divulgada nesta quarta-feira (25) e assinada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O esquema em apuração teria movimentado ilegalmente em Mato Grosso cerca de R$ 500 milhões.

A portaria da Procuradoria-Geral da República (PGR) prorroga em 90 dias a duração da força-tarefa formada para analisar todos os documentos e materiais obtidos via mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal (PF) nas seis fases já deflagradas da operação em Mato Grosso.

Esta é a quarta prorrogação da força-tarefa. Designada por Janot em junho de 2014, logo após a quinta fase da operação, ela visa analisar o vasto volume de material sobre o suposto esquema de crimes financeiros investigados na operação. Compõem a força-tarefa o procurador regional Gustavo Pessanha Veloso e os procuradores da República Rodrigo Leite Prado, Ronaldo Pinheiro Queiroz, Vanessa Zago Ribeiro Scarmagnani e Denise Müller Slhessarenko.

Deflagrada pela PF mediante cumprimento de mandados expedidos pela Justiça Federal, a operação Ararath é o ponto culminante de investigações iniciadas em 2010 sobre crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, gestão fraudulenta de instituição financeira, agir como se instituição financeira fosse, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica e falsificação de documento público que teria servido aos interesses de políticos do primeiro escalão em Mato Grosso.

Fases

Contado a partir da última quinta-feira (19), o novo prazo de prorrogação da força-tarefa deverá terminar em maio, mês em que completará um ano a deflagração da quinta fase da Ararath – a de maior repercussão até o momento.

No dia 20 de maio de 2014 as investigações levaram a PF em Cuiabá a prender o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o ex-deputado estadual José Riva (PSD) e o ex-secretário de Fazenda Éder Moraes (PMDB). José Riva voltou a ser preso no último sábado (21) na operação Imperador, propiciada pelos dados obtidos na Ararath.

Antes do dia 20 de maio outras quatro fases da mesma operação já haviam sido deflagradas pela PF desde o ano anterior, mas sem a mesma repercussão, com mandados de busca e apreensão cumpridos no estado. Uma sexta fase também chegou a ser deflagrada em setembro de 2014, mas também sem prisões.

Foi somente após a quinta fase, em maio, que PF e MPF passaram a fornecer detalhes a respeito do esquema em investigação, o qual teria perdurado durante anos no alto escalão dos poderes em Mato Grosso valendo-se de transações financeiras clandestinas voltadas para uma série de propósitos. Parte do esquema foi abordada em reportagem especial do Fantástico no último domingo (22).

Esquema investigado

No centro deste suposto esquema estariam o ex-secretário Éder Moraes, apontado como articulador político, e o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, conhecido como Júnior Mendonça e apontado como operador financeiro.

Segundo as investigações, ele seria responsável por manter um “banco clandestino” a serviço de investigados como os ex-governadores Silval Barbosa e Blairo Maggi (PR) e o ex-deputado José Riva. Júnior Mendonça revelou sua atuação ao MPF e à PF mediante acordo de delação premiada. Já os demais investigados negam qualquer participação no esquema. Empresas também são investigadas como partícipes.

Ações penais

Devido à complexidade do suposto esquema, o MPF tem oferecido ações penais à Justiça Federal à medida em que as investigações avançam e consolidam a coleta de provas. Até o momento, quatro ações penais foram oferecidas, gerando cinco processos criminais que tramitam na Quinta Vara Federal de Mato Grosso, do juiz Jeferson Schneider. Em todas as ações o ex-secretário Éder Moraes aparece como réu, ao lado de outros investigados.

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