População, governo e deputados discutem gestão do Hospital Regional de Sorriso

Redação PH

Redação PH

ambulâncias compradas com recursos da al serão distribuídas a todos os municípios de mt

População, governo e deputados discutem gestão do Hospital Regional de Sorriso

Uma audiência pública produtiva movimentou a cidade de Sorriso na noite desta quinta-feira (19), para discutir a situação do Hospital Regional que está sob intervenção do Governo do Estado desde o ano passado. O Hospital Regional de Sorriso, no norte de Mato Grosso, a 400 quilômetros de Cuiabá, atende 14 municípios da região e até de algumas cidades do Pará, mais de 500 mil habitantes só em de solo mato-grossense.

A unidade já foi considerada o melhor hospital regional do Estado no desempenho de índices de atendimento. Tem 150 leitos (128 são cadastrados no SUS) e 500 funcionários. Atualmente, enfrenta problemas por falta de estrutura e, principalmente, de gestão.

A audiência pública, conduzida pelo deputado Mauro Savi (PSB), com participação direta dos deputados José Domingos Fraga (PSD), Oscar Bezerra (PSB) e Dr. Leonardo (PSD), discutiu três possibilidades de gestão para o hospital regional: administração direta, consórcio ou OSS. A decisão da população beneficiada será defendida pelos parlamentares junto ao Governo do Estado.

“É um hospital inaugurado em 1989, que somente nos últimos seis anos teve três modelos de gestão”, pontuou o deputado Dr. Leonardo (PSD). Médico por profissão, ele defende a imediata estruturação do hospital e afirmou que a decisão do hospital de Sorriso deve sair da discussão com a população, que vive o cotidiano das cidades.

O presidente da Câmara de Vereadores de Sorriso, Fábio Gavasso, não entende o fato de o hospital não ter sequer aumentado um leito desde o início do seu funcionamento. “É preciso respeito com a população da região. O hospital de Sorriso é uma referência não só para a região, mas para o Estado. Porém, carece e muito de investimentos. Não precisamos de consórcio. A administração direta é o melhor caminho”, defendeu.

José Domingos Fraga (PSD), que já foi prefeito de Sorriso por três mandatos, advertiu sobre a necessidade de os deputados serem consultados pelo governo. “Não vamos aceitar ficar de fora dessa discussão. Acredito que o governador Pedro Taques, que veio para fazer transformações, vai dialogar com os deputados visando a busca de um melhor caminho para o hospital regional de Sorriso”, disse. Conforme o deputado, para a gestão do hospital tem de prevalecer a vontade popular.

O deputado Mauro Savi (PSB), defende que o modelo de gestão do Hospital Regional de Sorriso deva sair da ampla discussão e da observância de dados técnicos. “Da forma como está, não pode prevalecer”, disse. Savi está na vida pública por seis mandatos e conhece bem a região.

Prefeito de Sorriso, Dirceu Rossato (PSB), afirmou que os prefeitos estão fazendo a função do Estado. “Estamos fazendo a função do governo na saúde, na educação, na segurança e não recebemos nada por isso”, disse. Taxativamente, disse que não dá para admitir que o Estado não faça a sua parte.

“Quem leva a pancada somos nós. Os prefeitos é que apanham”, afirmou, acrescentando que espera que o governador Pedro Taques atue com o intuito de mudar este quadro. Só o hospital de Sorriso, segundo Rossato, não tem condições de atender 500 mil pessoas e mais a população flutuante que busca atendimento na saúde pública da cidade.

“Precisamos da parceira com o Estado que detém, por exemplo, 75% da arrecadação com o ICMS. Atualmente gastamos quase 30% do orçamento de Sorriso com a saúde”, desabafou. O prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta, criticou o que classificou de ausência do governo do Estado nos municípios. “Falta responsabilidade, compromisso com a saúde pública e o Estado precisa fazer o seu papel”, disse. Segundo ele, quem tem de gerir o consórcio é o próprio gestor, o prefeito. “A gestão não pode ser delegada, tem de ser do próprio prefeito”, resumiu.

Secretário de Saúde do Estado, Eduardo Bermudez, disse que a ideia do consórcio do Teles Pires foi da sua lavra. “Não vou falar aqui em gestão, mas argumentar que assumimos uma secretaria arrebentada, sem capacidade de investimento. Aliás, estamos inseridos num Brasil quebrado”. Segundo ele, o atual governo está procurando corrigir distorções de mais de 12 anos.

“São mais de 12 anos de desestrutura que não será corrigida num passe de mágica”, disse, argumentando que o sistema único de saúde perdeu o controle no País. A audiência pública contou com a participação de lideranças de toda a região (Sorriso, Feliz Natal, Nova Ubiratã, União do Sul, Lucas do Rio Verde, Santa Carmem, Sinop, Claudia, Santa Rita do Trivelatto, Ipiranga do Norte, Tapurah, Itanhangá e Nova Mutum), autoridades dos municípios envolvidos, representantes de sindicatos e segmentos organizados da sociedade, além de servidores do hospital regional e da população em geral. Cerca de 300 pessoas lotaram o plenário da Câmara de Vereadores de Sorriso.

+ Acessados

Veja Também