Há pelo menos um ano moradores, viajantes e comerciantes que atravessam uma ponte de madeira que liga os estados de Mato Grosso e Goiás reclamam das más condições da estrutura. A ponte, localizada no município de Ponte Branca, a 502 km de Cuiabá, foi construída em 1983 e sofre com a degradação do tempo. A Secretaria de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso (Sinfra-MT) afirmou que um engenheiro está no local fazendo um estudo para orçar a reforma que a ponte precisa.

O contador Eurlon Nogueira Martins contou que esteve na região na última semana e que ficou indignado com o que viu. “Desde o começo do ano, pelo menos, a ponte está desse jeito. Agora ela está pior ainda. A madeira está podre, algumas partes da base estão soltas, a lateral do corrimão está faltando em alguns lugares e etc”, disse.

Ele relatou também que os pais moram no município de Ponte Branca e que o sentimento no local é de insegurança. “Ela [ponte] é alta e é muito perigosa. Quando passei por lá, vi um motorista de caminhão chorando porque estava sem coragem de passar e tinha que realizar sua entrega. Não tenho o conhecimento de nenhum acidente ali, mas, está para acontecer a qualquer momento”, testemunhou.

Eurlon ainda explicou que a ponte é de suma importante para as pessoas da região e que é a negligência do governo é o que mais lhe incomoda. “O município de Mineiros, que fica a mais ou menos 120 km de Ponte Branca, serve de referência para a população dali. A cidade é referência em tratamentos de saúde, por exemplo. Então, quem precisa de um atendimento mais grave e de urgência, precisa passar pela ponte para ir até Mineiros. Apesar disso, aquela região é, infelizmente, abandonada pelo poder público. Não fazem nada para resolver o problema”, desabafa.

Em um vídeo feito por um amigo do contador, Silas Rodrigues comenta indignado sobre a obra. “Isso está uma vergonha, é um perigo. O pneu do carro passa e quase cai todo dentro [mostrando um buraco. Ponte Branca, Araguainha, tudo depende desse acesso”, comentou na gravação.

Segundo o prefeito de Ponte Branca, Humberto Luiz Nogueira de Menezes (DEM), a situação já foi conversada com o governo estadual e um impasse em relação ao material de reconstrução da ponte acabou atrasando o projeto.

“Está praticamente autorizado a reforma, o problema é que nós tivemos um divergência no começo das discussões. Foi levantado a possibilidade de a ponte ser refeita com concreto e, depois de algumas discussões, percebemos que precisaríamos de uma vistoria técnica para definir isso”, pontuou.

Humberto Menezes afirmou ainda que tem uma reunião marcada com o secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques, na próxima quinta-feira (10), em Cuiabá, e que um convênio para realizar a reforma da obra deve ser assinado nesta data.

De acordo com nota da assessoria da Sinfra, um engenheiro foi enviado ao local. O profissionaol deve coletar dados para orçar a intervenção necessária na ponte. A reforma da obra é tida como emergencial e deve começar apesar do período chuvoso em Mato Grosso. A pasta, porém, informou que não existe data para começarem as obras e que a expectativa é que o estudo seja entregue o mais rápido possível.

A Sinfra também explicou que equipes da secretaria estão verificando a possibilidade de substituir o perímetro por concreto.