Polícia investiga se empresário teve ajuda para matar mulher que foi dada por ele como desaparecida

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Paulo Antonio Eruelinton Bianchini é suspeito de matar Dayara Talissa Fernandes da Cruz, em Orizona, Goiás — Foto: Arquivo pessoal/Daniela da Cruz

Polícia investiga se empresário teve ajuda para matar mulher que foi dada por ele como desaparecida

Dayara Talissa Fernandes da Cruz, de 21 anos, sumiu em março e teve ossada encontrada meses depois. Polícia investiga se suspeito, que está preso, agiu ou não sozinho.

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A Polícia Civil investiga se o empresário Paulo Antônio Herberto Bianchini, de 34 anos, suspeito de matar a jovem que foi dada por ele como desaparecida, teve ajuda no crime, em Orizona, região sul de Goiás. A ossada de Dayara Talissa Fernandes da Cruz, de 21 anos, foi encontrada enterrada em uma fazenda da cidade.

Por conta da complexidade do crime, a polícia investiga se ele agiu ou não sozinho. As investigações indicaram que Dayara esteve com Paulo Bianchini na fazenda entre o final de fevereiro e 10 de março. Ele está preso desde 1º de julho.

O advogado de Paulo Bianchini disse que apresentou seu cliente na delegacia de Vianópolis em 1º de julho para colaborar com a Justiça. A defesa afirmou que rechaçará o que chamou de “incongruências contidas no inquérito policial, as quais são baseadas em indícios apenas em razão do vínculo afetivo entre Paulo e a vítima”.

Ossada enterrada

A ossada da jovem Dayara Talissa Fernandes foi encontrada enterrada a cerca de cinco metros de profundidade, segundo a Polícia Civil. Policiais precisaram usar até um retroescavadeira para retirar o corpo do local. Um vídeo mostra o local em que o corpo foi encontrado em uma fazenda em Orizona.

O corpo estava enrolado em um tecido. No local, pertences, roupas e documentos da vítima foram encontrados.

Família homenageou vítima no local

Daniela da Cruz, irmã da vítima, disse que a família viajou de Mato Grosso a Goiás para prestar homenagens no local onde os ossos foram encontrados, em 6 de julho, em uma fazenda da cidade.

Ela contou que, durante a ida até a fazenda, a família acendeu velas e rezou. “Hoje, dentre todo esse tempo, foi o único dia que vi meu pai chorando. Fomos aonde ela estava, acendemos velas para ela e rezamos um terço”, contou a irmã.

“É muito triste, ela estava em um lugar no meio do nada. É desumano”, completou Daniela da Cruz.

Crime

Dayara da Cruz teria sumido no 10 de março deste ano, em Orizona. A Polícia Civil informou que o companheiro dela registrou o desaparecimento no dia 25 do mesmo mês. Conforme o delegado, foram constatadas contradições no depoimento dele e, por isso, a polícia passou a considerá-lo suspeito de ter matado a mulher, ter ocultado o corpo dela e registrado o desaparecimento.

Em razão das suspeitas, a polícia tentou cumprir mandados busca e apreensão, além de prisão do suspeito no dia 24 de junho. As operações ocorreram sem sucesso em quatro cidades do interior de Goiás. Em 1º de julho, o suspeito se entregou.

A irmã da vítima contou que, inicialmente, Paulo disse aos familiares que havia deixado a jovem em uma rodoviária, mas posteriormente alterou sua versão diversas vezes, afirmando que ela tinha desaparecido de outros locais. Quando questionado pela família, o homem chegou a parar de responder e bloqueou o contato da mãe e da irmã de Dayara.

Segundo a irmã da jovem, Paulo era ciumento e violento durante o relacionamento. De acordo com ela, os dois chegaram a terminar no final de 2023, mas reataram no início deste ano.

“Ele era possessivo, ciumento e estressado. Eles viviam brigando, ela vivia cheia de hematomas pelo corpo”, contou a irmã.

Nota da defesa do suspeito

O advogado Dr. Divino Diogo afirma em nota que apresentou o seu cliente Paulo Antônio na delegacia de Vianópolis na tarde do dia 1º de julho, no intuito de colaborar com a justiça, já que havia o mandado de prisão expedido em seu desfavor. O advogado afirma ainda que pela via processual irá rechaçar as incongruências contidas no inquérito policial, as quais são baseadas em indícios apenas em razão do vínculo afetivo entre Paulo e a vítima. O objetivo é comprovar em juízo a negativa de autoria do acusado.

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