Parto humanizado pela Rede Cegonha assegura direito das mulheres

Redação PH

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Parto humanizado pela Rede Cegonha assegura direito das mulheres

Para o parto normal do seu primeiro filho pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na quinta-feira da semana passada (3), em Brasília, Eugênia Barbosa, 29 anos, contou com a presença da sua mãe, a baiana Luciene Barbosa. Ela pode se alimentar durante o trabalho de parto e também escolher a posição do nascimento de Emanuela. Ao nascer, a pequena teve o primeiro contato com a mãe em um abraço, com calma, reforçando os laços e contribuindo com a saúde da bebê e da mãe.

Questões que podem parecer detalhes para alguns, na verdade fazem parte de um dos pilares da Rede Cegonha, estratégia do Ministério da Saúde para incentivar não só o parto humanizado, como foi o de Luciene, mas também qualificar e garantir o acompanhamento das mãe e bebês.

Segundo dados do Ministério da Saúde, atualmente a Rede Cegonha desenvolve ações em 5.488 municípios, alcançando mais de 2,5 milhões de gestantes. Para incentivar o parto normal, a Estratégia Rede Cegonha possui atualmente 13 Centros de Parto Normal (CPN) habilitados, segundo suas diretrizes de atenção ao parto e nascimento.

A recém-mamãe, apesar da inexperiência, admitiu que não se sentiria confortável se não fosse o tratamento dado pela equipe do parto humanizado no Hospital Materno Infantil de Brasília. "Eu não queria fazer cesárea e fui muito respeitada. Foi natural, como tem de ser. Fui explicada de tudo que estava acontecendo e pude fazer da forma que eu escolhi", conta.

A avó de Emanuela – e acompanhante de Eugênia – observava tudo. Com 65 anos, Luciene teve dez filhos, todos de parto normal, em Santo Sé, na Bahia. "Naquela época não tinha isso, a gente tinha em casa. Eu não queria que ela fizesse cesárea porque são dois resguardos. É uma cirurgia né? Se não tem necessidade, não precisa".

Outra mãe ainda no puerpério, Iohanna Santos, de 23 anos, também teve seu primeiro parto de forma humanizada pela Rede Cegonha. O Henrique pode vir ao mundo respeitando o tempo do próprio nascimento e das escolhas da mãe. "Eu estava nervosa porque a bolsa estorou antes, mas foi todo mundo muito atencioso. Eu não fiz indução de parto com remédio, esperamos a ordem natural das coisas", disse.

Para Iohanna, o essencial do respeito é o conforto e a segurança em um momento tão delicado. "É muito importante o respeito com a mulher porque, mesmo em situação complexa que é o parto, temos direito de escolha que devem ser respeitados, se não há risco para o bebê".

Respeito no parto é forma de empoderamento

A coordenadora da Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Esther Vilela, acredita que há várias outras formas de dar lugar e voz as mulheres na saúde, mas que os direitos reprodutivos e sexuais têm grande importância. A qualificação das equipes médicas para uma outra experiência do nascimento, com respeito ao direito da mulher, melhoram o parto e diminuem os números de mortalidade neonatal.

"Os direitos das mulheres na saúde não devem começar e acabar no parto. O intuito é atender o parto da forma que as mulheres merecem. É isso que a Rede Cegonha propõe, com uma série de ações para mudar o modelo de atenção ao parto e nascimento, como a criação das Casas de Parto Normal, inclusão das enfermeiras-obstetras nos partos de baixo risco e para as boas práticas no geral", observa.

Esther explica que o parto humanizado tem quatro pilares: o da beneficência, das evidências científicas, nos direitos das mulheres e das crianças e, em primeiro lugar, em não ser nocivo. "As práticas do parto visto como algo mecânico é nocivo para essa mulher e para a criança. O cuidado deve ser centrado na mulher e na sua família. Ela precisa se sentir segura e acolhida, tudo isso no ambiente de respeito no evento que seja dela, isso é o principal".

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