Para suprir demanda de energia, Medeiros defende maiores reservatórios nas hidrelétricas

Redação PH

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"não votarei a favor de aumento de impostos enquanto o governo e o próprio senado não cortarem gastos"

Para suprir demanda de energia, Medeiros defende maiores reservatórios nas hidrelétricas

Em pronunciamento, ocorrido nesta segunda-feira (28.09), o senador José Medeiros, líder do PPS, mostrou-se bastante preocupado com o colapso de energia elétrica e a seca pelos quais passam o Brasil. Como solução para o problema, ele defendeu maiores reservatórios nas hidrelétricas, como forma de suprir a demanda de energia. “É preciso que as usinas hidrelétricas voltem a ser construídas com grandes reservatórios de água”, afirmou.

José Medeiros fez duras críticas aos grupos de ambientalistas que pressionam para que não haja mais esse tipo de reservatório, alegando que essas obras têm contribuído para o desmatamento da Amazônia. Para o contraponto, o senador apontou estudos do Ministério das Minas e Energia que revelam que, somadas as áreas dos reservatórios das usinas já prontas e em construção na Amazônia, as áreas alagadas seriam de 10.500 km2 , ou seja , 0,16% de todo o bioma da região. “Em comparação, só em 2011, ano em que menos se destruiu a floresta, foram desmatados mais de 6 mil km2 da região”, destacou.

Para o senador, as pressões dos movimentos ambientalistas não passam de discursos ideológicos que não beneficiam ninguém. “No momento em que o Brasil inteiro está passando por uma crise hídrica, no momento em que falamos do preço de energia, no momento em que o Nordeste e boa parte do Sudeste também já começa a sofrer, temos que pensar sem colocar a ideologia na frente”, salientou.

Durante sua fala, José Medeiros lembrou que no estado de Mato Grosso, na década de 1970, houve pressão para que a usina hidrelétrica no Rio Manso não fosse construída, já que traria prejuízos à Bacia do Pantanal, podendo até destruí-la. “Foi pressão de todos os lados. Que acabaria com o ecossistema, que seria um prejuízo imenso para o estado. Mas, mesmo assim, o governador Frederico Campos fez a obra. Hoje, existe em Mato Grosso um verdadeiro tesouro. Essa usina foi construída e existe um lago com uma lâmina d'água de quase 42km, com 180m de profundidade em alguns pontos, que virou um ponto turístico maravilhoso, e que faz o controle de cheias e ainda gera energia”, lembrou.

Segundo o senador, o bom exemplo ficou apenas na Usina de Manso. “Daí em diante, começou-se a falar só em usinas de fio d'água. Essas usinas têm sido construídas sem reservatórios capazes de guardar água para o período seco, por causa dessas pressões. O resultado é que a capacidade de reservação de água das usinas hidrelétricas brasileiras para o período seco vem caindo em face do aumento da demanda”, afirmou.

Reservação – José Medeiros destacou o pronunciamento da Presidente Dilma Rousseff na Cúpula de Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU), ocorrido ontem, em Nova York. “Num momento de profunda ideologização do debate energético, é louvável qualquer reafirmação da vocação brasileira para a energia de matriz hídrica. Todavia, não posso deixar de registrar a falta de menção, no discurso da presidente, ao incremento sustentável da capacidade de reservação de nossas usinas hidrelétricas”.

Para o senador, quanto à fala da presidente do Brasil, ficou a impressão de que, quanto a esse tema em específico, permanece uma espécie de tabu nos debates a respeito de desenvolvimento e sustentabilidade. “É preciso avançar nessa questão”, afirmou.

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