Para Oscar Bezerra, depoimentos apontam inviabilidade do VLT

Redação PH

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Para Oscar Bezerra, depoimentos apontam inviabilidade do VLT

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa do Mundo de 2014, Oscar Bezerra (PSB), afirmou que com os depoimentos colhidos nesta terça-feira (1) sobre os estudos, feitos em 2010, das obras de mobilidade urbana, o Veículo Leve sobre Trilho (VLT) entre Cuiabá e Várzea Grande já era inviável aos cofres públicos do Estado.

“Mesmo os estudos da empresa Oficina Engenharia apontarem para a não implantação do VLT, o governo, por meio de uma decisão política, insistiu para que a empresa fizesse as readequações por interesse político, trazendo prejuízo aos cofres públicos de Mato Grosso”, explicou Bezerra.

Segundo Bezerra, a escolha do VLT foi feita de forma equivocada. “Os projetos para o modal indicavam os trechos principais do trajeto, mas não demonstravam como seria feita a integração. A escolha do VLT foi errada. No final, a tarifa seria alta para os usuários”, destacou o presidente.

O primeiro a ser sabatinado nesta terça-feira (1º) foi o representante da empresa Oficina Engenheiros Consultores Associados Ltda, Arlindo Fernandes. Ele afirmou que a execução dos estudos de mobilidade urbana foi custeada pela Acrimat, no valor de R$ 800 mil.

“A contratação foi feita por Yênes Magalhães, ex-presidente da Agecopa. Depois do relatório sobre os estudos de mobilidade urbana prontos, não sei para quem foi entregue”, disse Arlindo Fernandes.

Questionado pelo deputado Mauro Savi (PR) sobre os estudos do modal de transporte BRT, se houve interferência do governo na mudança para VLT, Arlindo Fernandes afirmou que foi pedido um estudo de comparação de valores entre os dois modais. “Esse estudo foi feito, mas não houve interferência na mudança", disse o engenheiro.

Sobre os custos da tarifa aos usuários, Arlindo Fernandes disse que existe diferença entre o custo da tarifa de remuneração e a repassada aos usuários do transporte. “Essa tarifa teria que ser bancada por meio de subsídios do governo para o VLT e, com isso, ser a mesma para todo o sistema de integração. Hoje, a tarifa será inviável ao usuário”, observou Fernandes.

Perguntado sobre a relação custo-benefício entre o BRT e o VLT nas cidades onde são implantados o Veículo Leve sobre Trilho, Fernandes disse que era difícil responder. “A realidade das cidades é diferente, cada um tem um porte diferente. “Enquanto em Goiânia o volume de passageiros chega a 200 mil/dia, em Cuiabá e Várzea Grande não chega a 100 mil passageiros/dia. O sistema precisa passar por mais investimentos”, disse Fernandes.

Questionado se fosse governador de Mato Grosso qual sistema de transporte adotaria, Fernandes disse que se “preciso arrumar alguém para comprar os 40 trens, trocaria o modal para o BRT. Se tivesse como vendê-los, no OLX seria mais fácil. Se o VLT for adotado, acredito que será muito caro para mantê-lo”, disse o engenheiro.

O engenheiro Antônio Luiz Mourão Santana foi questionado se sabia de algum projeto definindo o VLT como o modal de transporte, o que foi negado por ele, uma vez que já havia a definição, até então, pelo BRT.

O deputado Wagner Ramos (PR) indagou Santana sobre "o que faltou para o VLT estar operando em Cuiabá e Várzea Grande", mas o depoente disse que não poderia responder pois não participou do processo de efetivação das obras.

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