Para CPI, Riva confirmou que escolha foi política e não técnica para o VLT

Redação PH

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Para CPI, Riva confirmou que escolha foi política e não técnica para o VLT

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI das Obras da Copa do Mundo de 2014, deputado Oscar Bezerra (PSB), afirmou hoje (10) que o depoimento do ex-deputado José Geraldo Riva (sem partido) serviu para confirmar que a decisão de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) foi política e não técnica. “O procedimento correto seria fazer um estudo técnico e depois decidir pelo modal. Mas a decisão foi política. Ele (Riva) argumentou que o BRT não estava sendo debatido por ninguém, mas num segundo momento afirmou que Rafael Detoni defendeu o BRT a pedido de Blairo Maggi. As contradições são normais até porque ninguém quer chamar para si a responsabilidade de prejuízo financeiro causado ao Estado”, disse Oscar Bezerra.

Em relação ao questionamento feito ao ex-deputado Riva sobre o possível pagamento de R$ 80 milhões denunciados por Rowles Magalhães, Oscar Bezerra afirmou que pelas planilhas das obras de mobilidade urbana e de infraestrutura para Copa do Mundo há indícios de pagamentos de propina. “Há indícios fortes de direcionamento. Isso gera entendimento que houve propina. Quando se direciona alguma coisa é para se ter vantagens e, até o final dos trabalhos, o relatório da CPI vai apontar quem foi o beneficiado”, destacou Bezerra.

Na sua fala, o ex-deputado estadual José Riva defendeu na CPI a viabilidade da implantação do VLT e que os atrasos nas obras do modal são de gestão pública. “À época, a Assembleia Legislativa não aceitou a minha sugestão de contratar uma empresa especializada para fazer a fiscalização, assim como Tribunal de Contas do Estado. A gestão das obras é por conta do Executivo e não se pode atribuir a um deputado o erro de gestão, tanto na condução do projeto quanto das obras”, afirmou Riva.

Questionado sobre possível conversa com Rowles Magalhães da possibilidade de pagamento de R$ 80 milhões em propina, Riva foi taxativo. “Nunca tive essa conversa com Rowles e muito menos com Eder de Moraes. Nunca participe dessa conversa. Não tive participação nenhuma nessas obras do VLT”, explicou o ex-deputado.

No processo de consecução do VLT, Riva foi questionado se seria o “pai do VLT”, mas ele disse que não teve participação na mudança do modal BRT para VLT. “O meu trabalho foi no campo político. Nunca fui a Brasília, nunca participei de reunião com ministro, não sei como isso foi feito, quais os estudos que fundamentaram a troca. Por isso não sei se foi de forma legal ou ilegal. O VLT é a melhor opção”, explicou Riva.

Riva disse ainda que faltou a contratação de uma empresa com credibilidade para dar suporte técnico à Assembleia Legislativa e ao Tribunal de Contas na fiscalização das obras. “É uma obra nova e diferente. Uma das primeiras do Brasil. É difícil fiscalizar uma obra que você não conhece a forma de execução. Erramos naquele momento. A Assembleia e o TCE poderiam fechar uma parceria e contratar uma empresa para fazer um acompanhamento em tempo real”, explicou Riva.

O ex-presidente da AL criticou a atual gestão pela demora em concluir as obras do VLT. “O governador Pedro Taques disse que reiniciaria e concluiria em 2015. Ele era senador à época por isso tinha que ter conhecimento de como estava tudo. A demora na conclusão das obras, acredito, é mais uma questão de zelo que ele está tendo”, afirmou Riva.

Ao ser questionado pelo deputado Silvano Amaral (PMDB) sobre a viagem feita a Portugal, Riva disse que a mesma foi sugerida pelo governo do estado. “O modal mais recente era da cidade portuguesa de Porto. Lá, a primeira obra era de 19 quilômetros e depois passou para 33 quilômetros, parecida com a de Cuiabá/Várzea Grande. Na época, o governador convidou vários deputados, mas foram apenas Guilherme Maluf, Sérgio Ricardo e eu. A decisão de quem iria passou pelo crivo do colegiado”, explicou Riva.

O deputado Wagner Ramos (PSD) questionou Riva se na volta de Portugal a implantação do VLT já estaria definida, Riva disse que na viagem não ficou definido que seria o VLT. “Sofri muita pressão política para ser o VLT. Mas volto a afirmar que é o melhor modal. O problema é de gestão na execução da obra. Aqui em Cuiabá, não participei de nenhuma discussão para a escolha desse modelo de transporte”, destacou o parlamentar.

De acordo com Riva a escolha para o VLT se deu por meio de processo técnico. Para isso foram realizadas, em 2009 e 2011, audiências públicas. “O custo das obras foi explicado nas audiências. Não usei parâmetro de valor para discutir VLT. Isso deveria ser aprofundado na questão técnica”, disse o parlamentar.

A CPI chega à reta final das oitivas nesta quarta-feira (11), quando os membros da CPI ouvem o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e Marco Aurélio Sousa Martins- ex-diretor de estudos e projetos da Ferconsult. Mas segundo o presidente da Comissão, a CPI continua os trabalhos até meados de junho, para a elaboração do relatório final.

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