Pais denunciam que filho de 12 anos foi estuprado por monitor de escola após participar de campeonato de futebol em MT

Picture of G1 MT

G1 MT

Pais denunciam que filho de 12 anos foi estuprado por monitor de escola após participar de campeonato de futebol em MT

A mãe da vítima contou que outros pais entraram em contato com ela relatando casos envolvendo o mesmo suspeito. A criança, segundo a família, tem passado por fortes crises de ansiedade após o episódio sofrido.

Compartilhe:

Os pais de um menino de 12 anos denunciaram que o filho sofreu abuso sexual pelo professor que o acompanhava em um campeonato de futebol, em Nobres, a 151 km de Cuiabá, no dia 15 deste mês. Um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil e a Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) investiga o caso como estupro de vulnerável.

A Polícia Civil informou que foi instaurado um inquérito e que o caso está sob sigilo.

O casal, morador de Cuiabá, contou que tem três filhos e que as crianças sempre praticaram esportes. Em campeonatos, os pais relataram que os acompanham, porém, neste evento em Nobres, o casal não pôde ir por causa do trabalho. Essa foi a primeira vez que ele foi sozinho para uma competição, segundo a família.

Aproximadamente 20 crianças teriam ido em um ônibus com os professores e monitores até o evento esportivo na cidade vizinha. A mãe da vítima, que é assistente social, disse que deixou o filho dentro do veículo junto com os colegas e professores.

Segundo a mãe, o ônibus saiu no dia 12 de outubro. No dia 15, que seria o último dia do evento, o filho ligou para ela contando que um professor passou a mão dentro do short dele em um alojamento.

“Ele falou que estava tendo jogo do Cuiabá e o professor disse que ia assistir o jogo e chamou os meninos. Eles foram, deitaram em um colchonete com o professor. Ele dormiu e falou que acordou com o professor roçando nele. Ele disse que sentiu o professor passando a mão em baixo do short e na bunda dele. Nisso, ele ficou com medo, levantou e saiu”, contou.

A assistente social disse que o filho ficou acordado a noite toda esperando amanhecer para sair do local. Às 5h30 ele escutou as cozinheiras fazendo o café da manhã e saiu do alojamento. Às 6h, a criança ligou para a mãe relatando o que havia acontecido.

A assistente social ligou para a mãe de outro aluno, que é amigo do filho dela, e também teria ido ao evento esportivo. Ela contou que o pai da vítima iria buscá-lo. A mãe do colega levou a criança para um hotel onde eles estavam até que o pai chegasse.

A mãe da vítima ainda ligou para um dos professores que estava no local e relatou a situação. O professor contou a ela que questionou o suspeito e que ele disse que a criança “estava febril e delirando”.

Outros pais entraram em contato com a família da vítima relatando casos parecidos envolvendo o mesmo suspeito. O pai da vítima, que é comerciário, disse que depois de ter buscado o filho, eles foram direto para uma delegacia registrar um boletim de ocorrência contra o suspeito.

“Ao pegar ele, pedi para que me abraçasse e disse que estávamos indo para delegacia. Pedi para que ele fosse forte e que contasse tudo para os profissionais que ele iria conversar na delegacia. Fizemos a viagem de volta e ele estava dormindo ao meu lado, bem preocupado, com muita olheira. Ao chegar na delegacia, seguimos todos os procedimentos”, disse.

Apoio psicológico

O comerciário relatou que já procurou um acompanhamento psicológico para a vítima e que o filho mais velho também está se sentindo culpado pela situação.

“Ele está tendo todo o acompanhamento da família, nosso filho mais velho está se sentido culpado por não ter ido com o irmão, mas eu e a mãe estamos convivendo com essa situação e buscando forças. Ele teve seis, sete crises de ansiedade em uma semana. Um menino que é extremamente alegre, extrovertido, tem amizade com todo mundo tem tido crises de ansiedade na hora das refeições, na escola”, relatou o pai.

Os pais contaram que procuraram a instituição responsável pelo acompanhamento das crianças e, no dia seguinte, o professor suspeito do crime foi demitido do cargo.

“Eu, a mãe e a advogada procuramos a instituição de ensino. Relatamos e fomos pedir apoio para que eles se posicionassem. A instituição afastou o agressor das atividades, mas é um local que trabalha com milhares de crianças. Uma instituição de ensino não pode simplesmente nos dizer que cabe às instituições competentes a apurar a denúncia. Não estamos falando de negócios, estamos falando de crianças, formação de caráter, profissionais”, pontuou.

Deixe um comentário

Veja Também