A Polícia Civil divulgou nesta sexta-feira (15) uma imagem do vendedor da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), Carlos Luciano Lopes, contando blocos de notas de R$ 50, R$ 20 e, R$ 10 e R$ 2. A verba seria proveniente de desvios da merenda de escolas paulistas.
Os policiais apreenderam a foto de um celular de um dos investigados pela Operação Alba Branca, que tem como principal foco o esquema de propina. A divulgação foi feita primeiramente pelo Jornal Hoje, da Rede Globo.
Deflagrada em janeiro deste ano, as investigações cercam o deputado Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo na gestão Geraldo Alckmin. O tucano teria recebido os desvios para financiar a sua campanha durante as eleições de 2014. Ele, no entanto, nega ter ligação com o grupo.
Carlos Luciano Lopes, por sua vez, prestou depoimento em 20 de janeiro e alegou que Capez (chamado de “nosso amigo” pelos integrantes do esquema) recebia parte da missão entregue ao lobista Marcel Ferreira Júlio por contratos superfaturados junto a prefeituras, provenientes de vendas produtos agrícolas e suco de laranja da merenda escolar.
“Parte do dinheiro da comissão entregue a Marcel tinha como destinatário o deputado Fernando Capez e a outra parte ficava com o próprio Marcel”, afirmou Carlos Lopes, em depoimento reproduzido pelo Estadão.
Outra evidência da ligação entre Capez e o esquema de desvio seria o fato de que, em 2014, o presidente da Coaf, Cássio Chebabi, cedeu um veículo Volkswagen Gol “para uso na campanha do deputado” durante 90 dias. Nas mãos do comitê do tucano, “neste período recaíram várias multas de trânsito no veículo durante uso na capital”.