‘O Brasil tem uma dívida social com o Araguaia’, afirma Baiano

Redação PH

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‘O Brasil tem uma dívida social com o Araguaia’, afirma Baiano

O norte Araguaia foi surpreendido, na ultima sexta-feira (22), com a publicação pelo DNIT do edital de licitação para a conclusão das obras de pavimentação da BR-158. O edital se refere ao lote “A”, que compreende o trecho de 85 km a partir de Porto Alegre do Norte, passando por Pontinópolis até Alto Boa Vista. A notícia, que já havia sido antecipada pelo deputado estadual Baiano Filho (PSDB), após audiência na superintendência do órgão em Mato Grosso, foi recebida com comemoração.
A conclusão da rodovia, aguardada há mais de 20 anos, representa a redenção de uma região altamente produtiva, mas relegada às dificuldades e aos altos custos de produção. A previsão é para que nos próximos cinco anos, o Araguaia experimente avanços significativos na estruturação de sua malha viária. Entre as projeções está a conclusão da BR-158, principal artéria de escoamento da produção norte/sul, que depois de concluída ligará Mato Grosso ao Pará e consequentemente aos portos do ‘arco norte’.
A avaliação é do deputado Baiano Filho que, além de atuar para a liberação e retomada das obras da BR-158, trabalha para a pavimentação dos 180 km da BR-080 ligando Ribeirão Cascalheira/MT a Luiz Alves/GO, garantindo acesso à Ferrovia Norte/Sul e também aos portos do norte. “O Brasil tem a chance de quitar uma dívida social histórica com o Araguaia, mantiveram um leão atrofiado e enjaulado por mais de 20 anos; o Araguaia tem sede e quer crescer”, exclamou o deputado.
O parlamentar também destacou a pavimentação da BR-242 de Querência a Sorriso, unindo as BRs-158 e 163, como mais uma opção para o escoamento da produção leste/oeste. Como líder político da região, Baiano assumiu as articulações pelo prosseguimento das obras, mantendo uma agenda persistente de encontros e debates em Brasília, como também na região. O parlamentar aproveitou para frisar o apoio da bancada em Brasília, em especial do deputado Federal Nilson Leitão (PSDB) e dos senadores Wellington Fagundes e Blairo Maggi, atual Ministro da Agricultura, que somados aos esforços dispensados pelo Governo do Estado, foi possível avançar para o desbloqueio da obra.
Ao longo dos últimos anos, uma série de debates e audiências com a participação ativa de lideres, prefeitos, vereadores e produtores foi promovida por Baiano junto ao Ministério dos Transportes e DNIT, em Brasília. Até um manifesto para o fechamento da rodovia chegou a ser cogitado, numa tentativa desesperada de garantir a continuidade do asfalto e o fim do isolamento imposto à região.
Sobre as obras do lote ‘B’, o DNIT informou que os projetos já passaram pela revisão técnica da superintendência e foram devolvidos à empresa Ecoplan para correção final, e posterior elaboração do edital de licitação. Em contato com Baiano, o representante da Ecoplan Júlio Forquini garantiu que o projeto se encontra em fase final de correção, e que no prazo máximo de 30 dias estará pronto e a disposição do DNIT para a confecção do edital de obras. O lote ‘B’ corresponde a segunda parte do contorno, com um trecho de 100 km entre Alto Boa Vista, passando por Serra Nova Dourada, Bom Jesus do Araguaia até o Alô Brasil.
Para o prefeito Daniel do Lago, de Porto Alegre do Norte (1.120 km a nordeste de Cuiabá), a falta de infraestrutura de transporte entre as zonas de produção e as principais vias de escoamento, compromete o desenvolvimento da região tornando pouco atrativa aos olhos de novos investidores. Para ele, a falta de atrativos deixa a região à margem dos interesses comerciais, impactando diretamente sobre a renda e a abertura de novas frentes de trabalho.
“Sobre a conclusão da BR-158, primeiro que é o resultado de um trabalho exaustivo do deputado Baiano Filho, prefeitos, vereadores e sociedade organizada que colocará fim a estagnação econômica do Araguaia. Segundo, que será a libertação de uma região. Hoje um empresário pensa 10 vezes antes de se transferir para o Araguaia, exatamente porque precisa calcular o custo do transporte, a distancia dos insumos, e depois de produzido, por onde vai retirar sua produção. Já na saúde, a longa distância e as condições precárias da rodovia, refletem no numero de pacientes que chegam vivos ou não até o hospital mais próximo, sem falarmos no número de acidentes fatais registrados nos períodos de seca, em meio à poeira; e ainda tem o valor final que incide sobre o alimento que chega até o consumidor, que paga a conta final”, avaliou Daniel do Lago.
Para Édio Brunetta, produtor rural em Porto Alegre do Norte e diretor da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso), a competitividade da produção Norte Araguaia está atrelada à sua capacidade de escoamento, que precisa ser eficiente e operacional. Segundo Brunetta, o acesso fácil aos corredores de exportação, como os Portos de Barcarena/PA e Itaqui/MA, impacta drasticamente sobre o custo do frete e no calculo sobre a perda de carga durante o transporte. O tempo de estrada também incide sobre o custo dos insumos, como calcários e fertilizantes, além de impactar na qualidade dos produtos que chegam até a mesa do consumidor.
“Ficamos extremamente satisfeitos com a licitação da 158, e esperamos que a União garanta o financeiro necessário para a conclusão da rodovia, sem paralisações”, frisou Édio ao assinalar a participação de Baiano Filho como fundamental para a retomada das obras.

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