Mais de 80% da água consumida nos grandes centros urbanos sai das casas e apenas 20% correspondem às indústrias, comércios e órgãos públicos. O problema é que, antes de chegar às torneiras, mais de um terço do líquido se perde em ligações clandestinas, vazamentos na rede e hidrômetros antigos.

Por isso, o Salão Internacional da Construção Civil, em São Paulo, trouxe, neste ano, muitas soluções inovadoras para economizar água, principalmente no banheiro. Algumas torneiras e chuveiros chegam a diminuir o gasto em até 90%.

A chefe de vendas de uma das maiores fabricantes brasileiras de produtos hidráulicos, Fernanda Strumendo, reforça que existem chuveiros que consomem de 4 até 100 litros por minuto e o Brasil não possui uma regulamentação do máximo de consumo, como os Estados Unidos e a Europa.

O desperdício é ainda mais grave se olharmos pra água que se perde antes de chegar às torneiras. Falhas no sistema de abastecimento fazem com que 37% de toda água tratada, no Brasil, fique pelo meio do caminho, embaixo da terra.

O Distrito Federal é o local com menor índice de desperdício: 30%. Já o líder do ranking, o Amapá, desperdiça 76% da água.

A solução do problema, segundo o doutor em ecologia e pesquisador do Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Evaristo Miranda, está diretamente ligada à gestão das empresas de saneamento e possivelmente ao aumento do preço da água no Brasil.